Equipe de 'Pantanal' trabalha na arte de transformar gente em sucuri
Caracterização também está atenta aos traços que unem dois atores em um personagem
Nem só de figurino é feita a caracterização que permite a dois atores interpretarem um mesmo personagem ao longo de períodos diferentes retratados em uma produção audiovisual.
No remake de "Pantanal", com estreia prevista para fim de março, o Velho do Rio (Osmar Prado), que se transforma em sucuri, e Maria Marruá (Juliana Paes), que vira onça, são exemplos de figuras que merecem atenção redobrada.
Quem faz essa mágica acontecer é Valéria Toth, caracterizadora que está a serviço da Globo há mais de 15 anos. Entre as obras que assinou está "Paraíso" (2009), do mesmo Benedito Ruy Barbosa que criou "Pantanal" e que também teve a região como pano de fundo.
A experiência a auxiliou com relação às marcas do sol no rosto, característica comum em quem vive exposto à irradiação solar. "[A novela] tinha um pouco dessa imagem pantaneira, de quem trabalha no dia a dia com o gado, grande parte do dia no sol, eu tinha na memória como é a imagem das pessoas locais", comenta.
A caracterizadora conta que seu trabalho compreende até ajuda à escolha do elenco, quando a passagem de tempo entre as fases da novela é marcada pela troca de atores para um mesmo personagem.
"Quando você aproxima esses personagens, eles têm de ter indícios, sutilezas que os unam, para que o público possa identificar o ator anterior nessa mudança", explica.
Valéria usa Filó como exemplo para falar de Leticia Salles e Dira Paes. "A Leticia estava com o cabelo cacheado, então alisamos o cabelo dela e a colocamos com os fios bem compridos, que não são dela. Tudo para levá-la à Dira, na segunda fase."
O processo foi semelhante com Malu Rodrigues e Camila Morgado, que interpretam Irma na primeira e segunda fase, respectivamente. "Colocamos as duas ruivas, com cores parecidas", conta Valéria.
No caso de Juliana Paes, a Maria Marruá, e Osmar Prado, o Velho do Rio, outros recursos são acionados para auxiliar as transformações, como a maquiagem com cores e formas que lembram os animais selvagens, o jogo de câmeras e recursos de edição, além do figurino.
Em 1990, na extinta Rede Manchete, o Velho do Rio foi papel de Cláudio Marzo, e Maria Marruá ficou a cargo de Cássia Kis, enquanto Jussara Freire fez sucesso como Filó.
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