Televisão

De Chico Anysio a Danilo Gentili, série documental sobre humor no Brasil será exibida na Globo

Comandado por Ingrid Guimarães, programa vai ao ar a partir do dia 1º

 Ingrid Guimarães traz para a Globo uma temporada de ‘Viver do Riso’
Ingrid Guimarães traz para a Globo uma temporada de ‘Viver do Riso’ - Paulo Belote/Divulgação/Rede Globo
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São Paulo

Após ser exibida no canal Viva, a série documental “Viver do Riso” chega à Globo em uma versão reeditada. Os cinco episódios que contam a história do humor no Brasil são comandados por Ingrid Guimarães, idealizadora do projeto, e vão ao ar do dia 1º a 5 de abril. Além de homenagear mestres como Chico Anysio e Jô Soares, o programa também discute a representação feminina e os limites do humor.

“‘Viver do Riso’ é um programa profundo, um documentário, em que os profissionais analisam o gênero. É um programa sobre o humor, mas muitas vezes nos emocionamos, choramos, agradecemos. Porque não existe escola no humor. A gente só existe porque alguém abriu portas para nós”, afirma Ingrid.

Ao longo de um ano, a atriz entrevistou 90 pessoas, de humoristas a diretores, para fazer um panorama sobre a arte na série, que afirma ser um dos projetos mais importantes de seus 25 anos de carreira.

“Quero que ela seja um registro histórico e, daqui a 50 anos, mesmo que eu não esteja mais aqui, meus netos vejam como o humor foi importante para esse país”, diz.

Ingrid diz que sempre se sentiu incomodada pelo fato de o humor ser tratado como gênero fácil, primo pobre da arte. Ao contrário das peças dramáticas, que ficam décadas em cartaz com o mesmo texto, exemplifica, a comédia precisa de atualização constante.

“Fiquei 11 anos em cartaz com ‘Cócegas’, com a Heloisa Périssé, mas de tempos em tempos precisávamos rever as piadas. O que funcionava há cinco anos, não funciona mais hoje. O humor brinca com o que está acontecendo no mundo nesse momento, precisamos estar sempre atentos, ligados, para incluir isso nos nossos trabalhos”, diz.

Com supervisão artística de Marcius Melhem e Daniela Ocampo e direção de Tatiana Issa, Guto Barra e Raphael Alvarez, a versão global de "Viver do Riso" será mais curta do que a exibida pela TV a cabo, que tinha 10 episódios.

O primeiro a ir ao ar é uma homenagem a Chico Anysio. “Temos uma entrevista comprida, rica e super pessoal da Ingrid com o Bruno Mazzeo, filho do humorista, em que ele conta detalhes de como o pai era em casa. Para quem está assistindo, a sensação é de estar na casa do Bruno, ouvindo ele contar histórias da família”, diz Daniela Ocampo.

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Ingrid Guimarães entrevista Bruno Mazzeo, filho de Chico Anysio, na série ‘Viver do Riso’
Ingrid Guimarães entrevista Bruno Mazzeo, filho de Chico Anysio, na série ‘Viver do Riso’ - Ellen Soares/Divulgação

O segundo episódio destaca as duplas e no terceiro as mulheres no humor. A discussão sobre a participação feminina no gênero é a favorita de Ingrid. Além do debate sobre o machismo na criação dos personagens, as atrizes contam os preconceitos enfrentados ao longo da carreira. Dercy Gonçalves é destacada por elas como referência.

Os limites do humor é o tema do quarto episódio, que discute a representação das minorias e fala sobre polêmicas, incluindo depoimentos de Danilo Gentili e sobre o uso do black face.

Ingrid conta que começou a trabalhar numa época em que piadas com mulheres, negros e gays eram comuns e que também não se questionava sobre isso, porém o cenário mudou.

“Se alguém se sente incomodado com uma piada, ela não vale mais. As novas gerações já estão muito atentas a isso. E mesmo as gerações mais antigas reconhecem e hoje assumem que não fariam de novo”, diz Ingrid citando como exemplo o depoimento de Renato Aragão à série.

O episódio final faz uma homenagem a Jô Soares, apontado pelos entrevistados como aquele que soube envelhecer no humor. “Ele soube sair na hora certa, criar um programa para ele e, na hora certa, sair de cena e continuar se dedicando teatro. É muito bonito de ver”, afirma Ingrid.

A série “Viver do Riso” vai ao ar após o Jornal da Globo.

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