Renato Kramer

Segundo episódio de "Divertics" mostra que programa pode ser divertido

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Confesso que não pude assistir à estreia do novo humorístico da Rede Globo, "Divertics", mas ontem (15) assisti e me 'divertics' bastante.

Afora a já comentada parafernália de mudança de cenografia ao vivo, ao som da banda que toca com animação também ao vivo --o que me pareceu bem interessante, os atores pareciam muito à vontade em suas participações.

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Talvez por já ter passado o sufoco da estreia, cada um pode mostrar com mais tranquilidade o seu talento especial. Porque todos ali o tem.

O quadro em que as princesas do universo infantil fazem a sua terapia em grupo foi muito bem aproveitado. Marianna Armellini estava hilária como a Branca de Neve revoltada com o trabalho que aquelas "pestes" dos sete anões lhe dão. Roberta Rodrigues, de "Pequena Sereia", ficara inconsolável por ter encontrado parentes seus nos pratos de um jantar japonês.

Ellen Roche estava belíssima de Cinderela, mas o momento mágico do quadro foi a chegada repentina de Robin (David Lucas), da dupla dinâmica "Batman e Robin", implorando para participar da reunião das princesas: "Eu sempre quis ser uma princesa!"


Teve também um assalto a banco frustrado, em que o bando deveria ir disfarçado. Nando Cunha apareceu de ave e todos já acharam que era um papagaio. "Arara Azul, aquela que está em extinção!", explicava ele a cada colega que o interpelasse como papagaio. Bom momento de Nando Cunha.

Mas o foco do assalto foi Leandro Hassum que descolou simplesmente um disfarce de bailarina: "Podem me chamar de Ana Botafogo!", pediu Hassum e ninguém conseguia levar o assalto à sério por sua causa. Boba, boba, a bailarina foi a única que se salvou dos meliantes. Grande Hassum.

Maria Clara Gueiros, sempre exuberante na comédia, se destacou com sua "monja na TPM". Deboche total. Luiz Fernando Guimarães, sempre com seu tom discretamente irônico e deliciosamente corrosivo, esteve ótimo como um São Pedro enérgico e cheio de melindres para permitir a entrada de alguém no seu céu.

Rafael Infante carregou do teatro para a TV o que tem de melhor: um "timing" perfeito, um olhar incisivo e uma energia contagiante. Mostrou tudo isso e mais um pouco no quadro do aparente temível lutador que era, na verdade, apenas um "filhinho da mamãe" que só queria brincar com o seu videogame.

Para encerrar com chave de ouro, uma grande homenagem aos 70 anos de Rogéria. Ela aparece num quadro de humor seguido de um número musical glamouroso, com bailarinos à sua volta --até que todos os atores homens do "Divertics" aparecem no palco caracterizados de Rogéria, com o mesmo modelito vermelho e peruca loura, cercando a estrela. O diretor Jorge Fernando não se segura e, também caracterizado, corre para o palco oferecendo-lhe flores. Rogéria agradece a homenagem como uma lady.

Olha que, azeitando um pouquinho mais, esse "Divertics" pode ficar cada vez mais divertido!

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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