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De faixa a coroa
Descrição de chapéu Miss Universo

Miss Universo: Dona e ex-presidente do concurso batem boca sobre acusações de corrupção

Paula Shugart e Anne Jakrajutatip surpreendem o diplomático mundo miss ao descerem do salto nas redes sociais

A partir da esquerda: Paula Shugart, Anne Jakrajutatip, e Amy Emmerich , durante evento em novembro de 2022
A partir da esquerda: Paula Shugart, Anne Jakrajutatip, e Amy Emmerich , durante evento em novembro de 2022 - Lillian Suwanrumpha/AFP
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São Paulo

No final da noite de domingo (18), a executiva Paula Shugart, 64, se pronunciou pela primeira vez sobre as acusações de corrupção enquanto foi presidente do Miss Universo. A americana fez uma postagem em suas redes sociais dizendo que não pode "aceitar tais afirmações perigosas e imprudentes, que degradam a marca Miss Universo e suas titulares".

Sua reação é uma resposta a uma série de insinuações feitas há cerca de uma semana pela tailandesa Anne Jakrajutatip, atual dona de 50% da Miss Universe Organization (MUO). Sem citar nomes, a empresária asiática fez comentários ácidos em seu perfil, enquanto celebrava o novo momento do concurso, após a recente saída da então CEO, Amy Emmerich, no início de fevereiro.

Geralmente discreta, Paula literalmente desceu do salto e se posicionou no bate-boca iniciado por Anne. "Desde que anunciei minha renúncia, tenho procurado ficar fora dos holofotes, optando por não comentar nenhuma das mudanças dentro da Organização Miss Universo", disse. "No entanto, recentes comentários falsos e ultrajantes feitos pela proprietária do Miss Universo impugnando meu caráter, me obrigaram a quebrar meu silêncio", afirmou.

Direto ao ponto, ela refutou os apontamentos de que teria vendido vitórias no concurso, assim como classificações de misses –os famosos Tops. Para Paula, as acusações não são prejudiciais apenas a ela, mas também à reputação do certame, além de desacreditar as mulheres que foram coroadas no período de sua gestão.

"Ao sugerir que sou corrupta e que recebi dinheiro 'debaixo da mesa' para garantir vagas em competições do Miss Universo, Jakrajutatip não apenas me difama, mas também desacredita as mulheres que ganharam a coroa de Miss Universo, ao implicar que seus títulos foram 'comprados' e não conquistados por mérito. Não posso aceitar tais afirmações perigosas e imprudentes, que degradam a marca Miss Universo e suas titulares", reforçou.

Com 25 anos de trabalho no certame, 23 deles como presidente, Paula deixou o cargo em novembro passado, após a última edição da competição, que aconteceu em El Salvador. Seu encerramento no posto aconteceu cerca de um ano depois de Anne, via sua empresa JKN Group, ter comprado o Miss Universo pelo valor de US$ 20 milhões (cerca de R$ 100 milhões).

Paula Shugart durante evento em Bancoc, na Tailândia, em março de 2005
Paula Shugart durante evento em Bancoc, na Tailândia, em março de 2005 - Saeed Khan/AFP

Vale lembrar que, no final de janeiro, Anne vendeu metade dos direitos do concurso para o empresário mexicano Raul Rocha Cantu, dono da empresa Legacy Holding Group USA (LHG). O valor da transação foi de US$ 16 milhões (aproximadamente R$ 80 milhões). A partir de agora, além de donos, Raul ocupa a cadeira de presidente enquanto Anne assume a de CEO.

O Miss Universo existe desde 1952 e, em média, é transmitido anualmente para 165 países. Antes de Anne e Raul, a marca IMG foi proprietária do concurso desde 2015, após comprá-lo do empresário e ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

AÇÕES JUDICIAIS À VISTA

Ainda referente às acusações, Paula Shugart também mencionou que, neste momento, estuda quais ações legais pode tomar contra Anne. Ela também não perdeu a oportunidade de alfinetar a ex-chefe, dizendo que seria apenas mais um dos muitos processos que a tailandesa já tem contra ela.

Além disso, ela afirmou que não poderia deixar de dar uma resposta sobre o tema o quanto antes, e que por isso se pronunciou. "É imperativo para a marca Miss Universo e para o seu legado que eu fale imediatamente a verdade e condene essas palavras antes de tomar qualquer ação nos tribunais tailandeses", afirmou.

Ao finalizar a carta aberta, Paula destacou ainda que seu legado no concurso são as misses com quem trabalhou. "Não tenho intenção nem necessidade de me envolver em dramas nas redes sociais, e não o farei. Quem me conhece sabe a verdade e o que defendo. Deixarei que meus anos de trabalho com algumas mulheres verdadeiramente incríveis falem por si."

A próxima edição (a 73ª) está agendada para acontecer em novembro deste ano, justamente no México, onde Raul vai abrir também um museu dedicado à marca. Na ocasião, a atual titular do certame, a nicaraguense Sheynnis Palacios, 23 –que recentemente esteve no Brasil para curtir o Carnaval–, é quem vai passar a coroa a sua sucessora.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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