Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

De faixa a coroa
Descrição de chapéu Miss Universo

Nova era: Tailandesa vende 50% do Miss Universo para empresário mexicano

Raúl Rocha é primeiro latino à frente do concurso, que vai ganhar um museu; saiba valor da transação

Miss Universo
A partir da esq.: Anne Jakrajutatip, Sheynnis Palacios (Miss Universo 2023, ao centro), e Raúl Rocha, que agora é também dono do Miss Universo - Reprodução/Instagram
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O Miss Universo tem um novo dono —ou melhor, mais um dono. No início da tarde desta terça (23), o JKN Group, comandado pela empresária trans tailandesa Anne Jakrajutatip, 44, anunciou em um documento oficial, emitido para a Bolsa de Valores da Tailândia, que vendeu metade dos direitos da Miss Universe Organization (MUO).

Quem detém os outros 50% a partir de agora é o empresário mexicano Raúl Rocha Cantu, dono da empresa Legacy Holding Group USA (LHG).

Ainda de acordo com o comunicado, o valor total da transação foi de US$ 16 milhões (aproximadamente R$ 80 milhões). Os novos donos, nas redes sociais, deram ao momento o nome de "Miss Universe New Era" (Nova Era do Miss Universo, em tradução livre). Esta é a primeira vez que uma empresa latina estará à frente do tradicional concurso de beleza.

"O objetivo [da transação] é melhorar e fortalecer as capacidades da Organização Miss Universo, incluindo a prontidão financeira de fontes de capital recebidas do LHG. A LHG também é considerada um importante parceiro estratégico global que pode alavancar com sua experiência e conhecimento coletivo para conduzir o negócio Miss Universo em direção a produtos e serviços premium com excelência", diz o texto.

O acordo entre o JKN e a LHG também determina alguns meandros do concurso como negócio, agora comandado pela recém-criada JKN Legacy, Inc. Algumas das determinações detalhadas no documento, por exemplo, são em relação aos funcionários que vão trabalhar nas operações do concurso no escritório principal do Miss Universo, localizado em Nova York.

Outro trecho do comunicado oficial diz respeito à divisão de responsabilidades entre o grupo tailandês e o mexicano à frente do concurso. Cada uma vai atuar de acordo com sua região geográfica de localização, ou seja: enquanto o foco da Legacy será as operações do Miss Universo nas Américas do Norte e do Sul, o da JKN será na Ásia e demais países. No entanto, ambas vão fazer "gestão de marcas e desenvolvimento de talentos para artistas e concorrentes de beleza".

Mais um detalhe interessante no documento é que a transação de venda de metade dos direitos referentes ao concurso começou em 20 de outubro de 2023. A data coincide com as notícias de problemas financeiros do JKN Group na Tailândia, que ganharam mais evidência em novembro último. Outra informação do memorando é que o processo de venda de 50% das ações do Miss Universo para a Legacy deve ser concluído em setembro de 2024.

Vale lembrar que o JKN Group adquiriu o Miss Universo em outubro de 2022, pelo valor de 20 milhões de dólares (cerca de R$ 100 milhões). Desde então, sustentou uma série de mudanças no concurso e, a principal delas, algumas aberturas nas regras de inscrição.

Atualmente, podem se candidatar à coroa mulheres de qualquer idade a partir de 18 anos, assim como misses que são mães, grávidas, casadas ou separadas.

A próxima edição do Miss Universo (73ª) está agendada para acontecer em novembro deste ano, justamente no México. O anúncio desta agenda foi feito na final da 72ª edição, que aconteceu em 18 de novembro passado, em El Salvador. A vencedora na ocasião, e atual titular do certame, é a nicaraguense Sheynnis Palacios, 23, que estava presente na coletiva de imprensa realizada no México nesta terça (23), para anunciar a novidade.

O concurso existe desde 1952, e em média é transmitido anualmente para 165 países. Antes de Anne, a marca IMG foi proprietária do concurso desde 2015, após comprá-lo do empresário e ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

MUSEU DO MISS UNIVERSO

Outra novidade anunciada pela nova dupla de donos do concurso, é que o Miss Universo vai ganhar, pela primeira vez na sua história, um museu oficial. O local, que terá curadoria do missólogo mexicano "Pepe" Medel, ficará na Cidade do México e deve exibir registros históricos e fotográficos de todas as vencedoras do concurso desde a primeira edição.

O museu do Miss Universo será composto, inicialmente, por 10 salas temáticas permanentes, divididas pelas décadas de existência da competição, sendo que uma delas será dedicada 100% às coroas que foram usadas ao longo de sua história. Uma sala extra vai trazer mostras temporárias.

Os temas dos ambientes fixos são:

  • Sala I: Antecedentes e origens.
  • Sala II: A ingenuidade dos anos 50.
  • Sala III: A naturalidade dos anos 60.
  • Sala IV: A rebeldia de anos 70.
  • Sala V: O glamour dos anos 80.
  • Sala VI: O dom da palavra nos anos 90.
  • Sala VII: A diversidade dos anos 2000.
  • Sala VIII: O empoderamento dos anos 2010.
  • Sala IX: A inclusão dos anos 2020.
  • Sala X: Sala das Coroas.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem