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Zapping - Cristina Padiglione

Guilherme Fontes: 'Até hoje me chamam de Alexandre na rua. E eu olho'

'Pretendo dar uma festa de descarrego para esses personagens', brinca ator, que torce por reprise de 'A Viagem'

Guilherme Fontes volta à tela em 'Os Outros', nova série do Globoplay, em par com Drica Moraes - Estevam Avellar/Globo
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São Paulo

De volta à tela em "Os Outros", série de Lucas Paraízo que estreia em 31 de maio no Globoplay, Guilherme Fontes vive Jorge, um empreiteiro que será preso por corrupção. Ao perder parte da fortuna, ele troca a onerosa vida da zona sul carioca pela Barra da Tijuca, e vai morar no condomínio Barra Diamond, onde se passa todo o enredo de conflitos. Lúcia, sua mulher, vivida por Drica Moraes, assume ali o posto de síndica.

Ao ser questionado se a Globo cobrava sua volta à tela, lembrando que ele tem aparecido constantemente em reprises pela emissora, pelo Viva ou pelas produções disponibilizadas no Globoplay, Fontes se divertiu com o fato de até hoje ser lembrado pelo Alexandre de "A Viagem", novela de Ivani Ribeiro de 1994 que sempre tem alto apelo de audiência quando é reprisada.

"Agora vai voltar 'Mulheres de Areia' e não duvido que na sequência venha 'A Viagem', que fará 30 anos no ano que vem, dá um pouco de nervoso", disse ele, até hoje lembrado pelo papel do vilão suicida da trama de Ivani Ribeiro. "Todo dia eu saio na rua e me chamam de Alexandre. E eu olho para trás! Eu pretendo dar uma festa de descarrego para esses personagens que não largam da gente."

Segundo Fontes, seu personagem foi relativamente fácil de construir, dada a fartura de exemplos similares na vida real. A menção a "tudo o que vivi nos últimos anos" diz respeito à longa batalha enfrentada por ele para encerrar e lançar o filme "Chatô", dirigido por ele e alvo de uma interminável investigação do Ministério da Cultura sobre prestação de contas, todas provadas em ordem por ele, em um desgastante processo que durou 20 anos.

"O personagem é muito curioso, porque não há como negar tudo o que eu vivi nos últimos anos e a picardia desse personagem é uma crítica objetiva a um monte de gente que está por aí fazendo merda e achando que está ajudando o país. De uma forma ou de outra, tudo continua igual. Gosto da ideia do rei nu, gosto da ideia de saber que todos esses caras estão expostos, até um vizinho que traz pra gente algum problema, a gente precisa entender.

Com direção de Luísa Lima, a série conta a história de dois casais vizinhos, Wando (Milhen Cortaz) e Mila (Maeve Jenkings) e Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino). Eles não chegam a um acordo após uma briga entre seus filhos, Rogério (Paulo Mendes) e Marcinho (Antônio Haddad), na quadra do condomínio, e o conflito será levado às últimas consequências. Eduardo Sterblitch, também no elenco, vive um ex-policial que mora no condomínio, a quem Lúcia recorrerá para tentar solucionar a guerra entre os vizinhos.

A proposta tem argumento original de Fernanda Torres e joga luz sobre as disputas de uma classe média em ascensão, que cobiça um lugar nesse universo de consumo e posses, o dito american way of life.

"Quando a gente percebe essa intolerância, a intolerância com intolerância vai dar em tragédia", adianta Fontes. "Estou adorando voltar", avisa Fontes, contando que a cobrança para voltar ao set era muito mais dele do que da emissora.

"A quantidade de empresários presos é infinita, o caráter desse personagem está muito perto da gente, muita gente dá ideias fantásticas que acabam em grandes tragédias, então não foi tão difícil pra mim."

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O ano de exibição original de 'A Viagem' é 1994, e não 1997, como afirmava esta reportagem. O texto foi corrigido.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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