Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Zapping - Cristina Padiglione
Descrição de chapéu jornalismo mídia

Demissões na Globo superam 50 nomes, em proporção inédita

Profissionais com décadas de casa dizem nunca terem visto algo similar na emissora e questionam critérios dos cortes

César Galvão, Leila Sterenbergh, Fábio Turci e Monica Sanches - Instagram/Divulgação/Globo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

É uma obviedade dizer que o clima nas redações de jornalismo da Globo em suas cinco unidades pelo país —São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Brasília— tem sido tenso diante das demissões ocorridas desde terça-feira (4), com extensão para esta quarta (5). Mas um aspecto agrava o ambiente de trabalho: este é o maior corte já feito pela empresa entre profissionais contratados, de uma só vez.

A coluna contou ao menos 51 desligamentos em uma lista que vem crescendo ao longo desta quarta e e ouviu diretamente sete profissionais que ainda estão ou estavam a serviço do jornalismo da Globo para confirmar os nomes dispensados, já que a emissora não vem divulgando quem sai e quem fica.

As fontes ouvidas pela coluna citaram cenas de choro nas redações de São Paulo, Rio e Brasília.

Após os desligamentos anunciados na terça, incluindo chefias de Recife e Belo Horizonte, além de repórteres renomados e premiados como Marcelo Canellas, Mônica Sanches, Eduardo Tchao e da apresentadora Leila Sterenberg, da GloboNews, o expediente desta quarta-feira alcançou outras grifes em São Paulo, como César Galvão e Fábio Turci. Fábio William (DF) também está entre os dispensados.

Uma das queixas ouvidas pela coluna diz respeito ao critério dos cortes realizados, muitas vezes visto de modo injusto. Demissões como os de Cadu Veloso, chefe local da GloboNews, e de Sterenberg, que fala cinco idiomas e funcionava como um curinga na programação do canal pago, foram especialmente lamentadas pela competência de ambos.

Questionada sobre o número de cortes, a Globo informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não falará sobre o assunto. Em relação aos critérios das demissões, que englobam ainda profissionais do portal G1, a emissora repetiu o comunicado que vem distribuindo desde terça, apoiando-se na conjuntura do cenário econômico:

"A Globo, assim como as demais empresas de referência do mercado, tem um compromisso permanente com a busca de eficiência e evolução, mas lamenta quando se despede de profissionais que ajudaram a escrever e a contar a sua história. Isso, no entanto, faz parte da dinâmica de qualquer empresa. Os resultados da Globo refletem a boa performance do conjunto das suas operações e uma constante avaliação do cenário econômico do país e dos negócios. Como parte do processo de transformação pela qual vem passando nos últimos anos e alinhada à sua estratégia, a empresa mantém a disciplina de custos e investimentos em iniciativas importantes de crescimento."

DENÚNCIA AO MP

Os sindicatos dos jornalistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal formalizaram uma denúncia no Ministério Público do Trabalho contra a Globo, segundo a diretora sindical Rose Leal, do Rio de Janeiro. O motivo é o que consideram uma "demissão em massa" de profissionais nos últimos dias.

Os desligamentos tiveram início na terça-feira (4) e envolvem apresentadores, produtores, editores e âncoras . O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro divulgou uma lista com nomes dos desligamentos da emissora na cidade, e também houve cortes em outras praças.

Entre eles, estão Jô Mazzarolo, diretora de jornalismo da Globo Nordeste, que estava no cargo desde 2000, e Juarez Passos, chefe de produção de conteúdos locais do Rio de Janeiro, além do chefe do departamento em Belo Horizonte, Marcelo Moreira.

ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo

O texto anteriormente afirmou que a jornalista Zelda Mello foi demitida da Globo. Ela segue contratada. O texto foi corrigido.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem