Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Zapping - Cristina Padiglione
Descrição de chapéu internet YouTube

Caso Melhem: amiga de Calabresa contradiz versão de revista sobre festa

Vídeos de trechos de depoimentos à Justiça ampliam controvérsias sobre acusações ao ex-diretor; OUTRO LADO: Calabresa não se manifesta

Audiência judicial
Imagem de audiência judicial onde foram ouvidos os atores Dani Calabresa e seu ex-chefe, Marcius Melhem, além de testemunha de suposto episódio de assédio - Reprodução/Canal Ricardo Feltrin no YouTube
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Amiga que acompanhou Dani Calabresa a uma festa do núcleo de humor da Globo em 2017, Maira Perazzo disse em depoimento à Justiça que a atriz não chorou nem ficou "transtornada" ou "tremendo" na ocasião, como havia sido relatado por uma reportagem sobre o episódio na revista Piauí, publicada em dezembro de 2020.

A declaração foi dada em juízo, ainda em 2021, durante o depoimento dela à Justiça para a ação que Marcius Melhem move contra Calabresa por danos morais e materiais, para provar que não cometeu crime contra ela ou contra as outras profissionais com quem trabalhava na Globo, que o acusam de assédio moral e sexual.

Imagens desse e de outros depoimentos de colegas da Globo, como Maria Clara Gueiros, ali apresentada como testemunha, e Débora Lamm, que se mostrou pouco segura sobre seu papel na ocasião, foram publicadas pelo canal do jornalista Ricardo Feltrin no YouTube. Perguntada se também acusava Melhem de assédio sexual, como constava em seu nome na ação, Lamm negou e disse achar que estaria ali apenas como testemunha.

Perazzo foi chamada a depor pela defesa de Melhem, e relatou que Calabresa não se mostrou constrangida nem passou mal naquela noite da festa. "Não, eu não vi ela chorando nem tremendo", disse.

Segundo ela, Calabresa comentou sobre Pedro, o rapaz com quem ela ficou, como a atriz desejava, e as duas falaram de modo positivo sobre a festa. A reportagem da revista Piauí descreveu a cena de outra forma, contando que Calabresa teve de ser amparada por amigos, chorando, após ser prensada contra a parede no banheiro pelo então chefe.

Também ouvida na ocasião, Calabresa afirmou que a amiga, moradora de São Paulo e hospedada na sua casa, "ficou" com Melhem na mesma festa. Perazza relatou que voltou da festa com a amiga e dormiu na casa dela, mas em outra ocasião, voltou ao Rio e saiu com Melhem, versão corroborada pelas duas.

"A minha amiga não ficaria com uma pessoa se eu estivesse ficando com ela", disse a atriz, confirmando que não teve nada com o ex-chefe.

Em sua defesa, Melhem alega que a denúncia de Calabresa ao departamento de Compliance da Globo só aconteceu depois que um projeto de programa apresentado por ela foi contrariado.

Ela nega. Há duas semanas, em entrevista ao site Metrópoles, a atriz afirmou que o ex-chefe não a permitiu realizar seu programa nem na Globo nem em outros canais do grupo, e disse que só não o denunciou antes por medo. Em seu depoimento à Justiça, em outro trecho publicado por Feltrin, disse que via vantagem no fato de o chefe gostar dela, podendo tirar algum proveito profissional disso.

Já o trecho do depoimento de Maria Clara Gueiros oferece outra contradição ao de Calabresa, quando ela diz que a amiga nunca deu ao ex-chefe espaço para brincadeiras de cunho sexual.

Feltrin tem defendido abertamente que o caso é uma "farsa", citando romances consensuais de Melhem com duas das mulheres que endossaram a acusação de assédio contra ele dentro da Globo.

O roteirista ainda não é réu em nenhuma ação, como tem sublinhado, o que foi reforçado em recente vídeo em que ele contestava o convite da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, para receber em Brasília o grupo de mulheres que o acusam.

OUTRO LADO

A advogada Mayra Cotta, que falou em nome das mulheres que acusam Melhem em uma primeira reportagem sobre o assunto, à coluna Mônica Bergamo, ainda em outubro de 2020, e desde então se apresentou em defesa das supostas vítimas em outras publicações, alegou à coluna que não atua "neste caso cível".

Calabresa informa que Cotta não a representa, mas tampouco quis se manifestar agora. Esta coluna mantém espaço aberto para manifestações das partes envolvidas no caso.

A atriz já negou em mais de uma ocasião que tenha autorizado Cotta a falar em seu nome, embora Feltrin tenha apresentado na nova publicação em vídeo uma cópia do ofício assinado por ela e outras mulheres autorizando a advogada a tanto.

Confira abaixo o vídeo do canal de Feltrin com as imagens dos depoimentos:

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem