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Zapping - Cristina Padiglione

Alice Wegmann vive vítima de abuso pelo tio em 'Justiça 2'

Careca, Murilo Benício interpreta algoz da personagem na 2ª temporada da série de Manuela Dias

Atriz em estação de metrô em cena de série
'Justiça 2', série GloboPlay: Carolina (Alice Wegmann) volta do plano piloto para Ceilândia de metrô, arrasada. - Globo/Bruno Stuckert
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São Paulo


A autora Manuela Dias volta ao conceito que norteou a série "Justiça", vista em 2016, pela Globo, agora com novos personagens e dois fortes elos de conexão entre a primeira e a nova temporada: a canção "Hallelujah", cover de Rufus Wainwright para a música de Leonarod Cohen, e a personagem Kellen, vivida por Leandra Leal, que volta à trama novamente como administradora de um prostíbulo.

Kellen ressurge com novo marido, Darlan, vivido por Fábio Lago, que tem como fiel companheira a cachorrinha influencer Bete.

A foto acima põe Alice Wegmann no elenco da nova safra, que será exibida antes pelo GloboPlay e se passa em Ceilândia --a 1ª temporada ocorria no Recife. Ela é Carolina, uma das oito protagonistas da vez, jovem que na adolescência era abusada pelo tio Jayme --o papel custou a Murilo Benício aquela bela cabeleira.

O ator Murilo Benício em cena
Murilo Benício é Jayme em 'Justiça 2', série de Manuela Dias no GloboPlay - Reprodução teaser GloboPlay

A proposta da série segue apresentando uma visão muito própria de justiça por cada personagem, sem disposição para aguardar pela justiça das leis.

"'Justiça’ não é uma minissérie sobre leis, mas sobre a possibilidade de que exista justiça", define Manuela. "A própria ideia de justiça é uma ferramenta civilizatória que viabiliza a vida em sociedade. Somos treinados para acreditar que seremos premiados se fizermos o certo e punidos quando agimos de forma errada, mas a vida mostra que isso é apenas um condicionamento teórico."

"Dentro desse contexto", continua a autora, "as tramas da série são uma investigação do que sobra na vida de uma pessoa depois que a Justiça morde seu quinhão."

O formato promove o cruzamento entre os personagens, dando a cada núcleo uma história própria e o seu dia de protagonismo na semana. Quem se destaca no episódio de segunda-feira pode fazer mera figuração no capítulo de terça, por exemplo, mostrando que todo mundo é protagonista de sua vida e coadjuvante de tantas outras.

A atriz Alice Wegmann em cena
Carolina (Alice Wegmann) é uma das oito protagonistas da 2ª temporada da série 'Justiça', de Manuela Dias, produção original GloboPlay - Globo/Bruno Stuckert

O elenco de grifes se completa com Paolla Oliveira, Nanda Costa, Marco Ricca, Marcello Novaes e Juan Paiva, que dividem a tela com nomes em status de lançamento na TV e no streaming, a saber: Luciano Malmann, Belize Pombal, Jéssica Marques e Gi Fernandes, em papéis igualmente relevantes para a trama.

Gustavo Fernandez assume a direção artística da série, que na primeira temporada foi de José Luiz Villamarim, hoje diretor do núcleo de dramaturgia da Globo.

"Mesmo os atores mais conhecidos vão estar em registros diferentes do que o público está acostumado a ver", promete o diretor. "E a gente fica animado de dirigir atores talentosos, mas de certa forma ‘novos’, que têm um frescor que é muito interessante para a interpretação", conclui.

Nos novos enredos, a sequência na busca pela justiça também se repete: quatro personagens acabam presos e, sete anos mais tarde, saem da cadeia e precisam retomar suas vidas, em busca da justiça que ultrapassa as celas e vai além da lógica dos processos judiciários.

FORA DO COMUM

Como pano de fundo das tramas que surgem dessa premissa, estão cenários de Brasília e de Ceilândia, cidade-satélite pouco mostrada na TV.

"Quando falamos no Distrito Federal, já vem uma imagem formada, do projeto do Niemeyer, da Explanada dos Ministérios, do Congresso Nacional, mas eu queria usar a riqueza da região em termos de cenários, o que é pouco retratado", afirma Gustavo Fernandez.

"Brasília", continua o diretor, "é uma cidade visualmente muito interessante, com todo o seu planejamento. Mesmo as cidades-satélites, elas também são planejadas. É uma particularidade que só tem aqui. Isso é muito dramático e se encaixa muito nas nossas histórias."

Para Fernandez, que vem gravando no local desde o início de Março, a escolha cenográfica em questão "visualmente dá uma diferença e isso acaba levando para uma outra condução estética". "Estamos falando de uma cidade de linhas retas, que tem um rigor visual. Essa particularidade vai diferenciar um pouco da primeira temporada, sem fugir ao tom da série –esse permanece o mesmo."

"Justiça 2" é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Manuela Dias, com colaboração de Walter Daguerre e João Ademir. A série tem direção artística de Gustavo Fernandez, direção de Pedro Peregrino, Ricardo França e Mariana Betti, produção executiva de Luciana Monteiro e direção de gênero de José Luiz Villamarim.

LONGA ESPERA

Desde o fim da primeira temporada, aplaudida pela crítica e prestigiada pela audiência, a expectativa por novas histórias naquele formato é latente. Mas a autora tinha então uma novela a fazer para a faixa nobre, sua estreia no horário das 21h, "Amor de Mãe", que teve seu desfecho atrasado em um ano por causa da pandemia.

Tudo isso só prorrogou o prazo de criação desta nova safra de "Justiça". Pois que ela tarde, mas não falhe: a estreia é esperada para breve, ainda sem data anunciada, para assinantes do GloboPlay. A exibição na TV aberta deve ainda aguardar o calendário de 2024.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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