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Zapping - Cristina Padiglione

Globo já grava próxima novela das nove, mas 'Travessia' ainda vai longe

Conheça a trama de Walcyr Carrasco que levou Tony Ramos, Barbara Reis e Cauã Reymond ao Mato Grosso do Sul

O ator Cauã Reymond no Mato Grosso do Sul
Cauã Reymond grava novela das nove da Globo, de Walcyr Carrasco, em Dourados (MS) - @cauareymond no Instagram
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São Paulo

A Globo grava em Dourados, em Mato Grosso do Sul, as primeiras cenas de "Terra Vermelha", título provisório da próxima novela das nove, de Walcyr Carrasco. Mas não se anime: "Travessia", de Glória Perez, ainda tem chão para acabar. Sua sucessora chegará à tela entre abril e maio, no rastro do fim do BBB 23.

Embora seja gravada no mesmo estado de "Pantanal", as cidades onde a produção vem gravando —Dourados e Deodápolis— estão a 364 quilômetros de estrada de Aquidauana, município onde ficava a fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira). Uma das estratégias para tentar fugir da percepção de "Pantanal" é adotar um sotaque menos caipira para Tony Ramos, o patriarca da vez, a quem agora vão se referir como um grande empresário do agronegócio.

Mas é só questão de nomenclatura. Antonio La Selva, o personagem, flerta mais com a soja e moderniza as atividades de uma figura perfeitamente equivale à de um "rei do gado", como é Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) na novela atualmente em reprise no Vale a Pena Ver de Novo, do mesmo Benedito Ruy Barbosa que criou José Leôncio, outro representante do ramo.

La Selva é casado com Irene, papel de Glória Pires, que rivaliza com seu enteado, Caio, vivido por Cauã Reymond, na disputa pela sucessão dos negócios do patriarca, em favor de seu filho com La Selva, Daniel, interpretado por Johnny Massaro. Eles são ainda irmãos de Petra (Débora Ozório), agrônoma que também cobiça o comando da firma.

Em resumo, nada que ninguém nunca tenha visto antes em um folhetim, mas investir em receitas já avalizadas pelo público não basta para atrair a audiência, algo que depende essencialmente da química desse elenco e da forma como a história será contada.

A novela também promove a volta de Tatá Werneck à dramaturgia. Ela faz par com Johathan Azevedo e angaria bons trocados por meio de uma espécie de Only Fans.

MOCINHA E BANDIDA

O posto de protagonista fica com Barbara Reis. Ela será uma jovem viúva, cujo marido é morto em uma tentativa de grilagem de terras, que defenderá seu pedacinho de chão e o transformará em um império --bem novela, mesmo. Ela fará par com Cauã Reymond.

Barbara também está em "Todas as Flores", novela de João Emanuel Carneiro disponível no GloboPlay, onde interpreta Débora, mulher do bandido Sansa (Angelo Antônio). A produção ainda terá uma segunda temporada no serviço de streaming, com estreia anunciada também para abril, mas já está toda gravada.

O único senão é que a história deve chegar à TV aberta lá para o segundo semestre, na faixa das 23h, e teremos então a mesma atriz em duas novelas inéditas no mesmo canal, com a infelicidade de ver a mocinha das nove da noite como bandida duas horas mais tarde.

A previsão é que "Terra Vermelha" (que também tem sido chamada como "Terra Bruta") fique no ar até início de 2024. Daí a inconveniência de acelerar "Travessia", atualmente no ar, por mais arrastada que esteja a novela de Glória Perez.

O elenco da trama de Carrasco conta ainda com Paulinho Lessa Júio, Amaury Lorenzo, Susanna Vieira, Thati Lopes e Débora Falabella, entre outros nomes. A direção artística caberá a Luiz Henrique Rios, que contará, em sua equipe, com Juliana Vicente, diretora do ótimo documentário "Racionais -- Das Ruas de São Paulo para o Mundo", em cartaz na Netflix.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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