Rolando Boldrin ganha documentário inédito na TV Cultura
Aos 85 anos, artista é retratado por João Batista de Andrade em 'Eu, a Viola e Deus'
Há anos afastado do audiovisual, João Batista de Andrade, 82, retoma suas atividades como diretor e produtor de cinema e TV por meio da TV Cultura, com um documentário inédito sobre a vida e a obra de Rolando Boldrin. "Eu, a Viola e Deus", estreia neste sábado (7), às 22h.
A produção carrega o título de uma das composições de Boldrin e retrata sua relação com a arte em diferentes fases da vida, desde a infância até seus atuais 85 anos. O filme traz depoimentos de figuras essenciais na trajetória de Boldrin, como sua mulher, Patricia Maia Boldrin, sua irmã, Rosa Maria Boldrin, e seu sobrinho, Adilson Boldrin. Também entram em cena os amigos Aldo Pedersoli e Francisco Zeleskinar (Chiquinho), o sanfoneiro José Clovis Franco (Orelha) e o barbeiro Alfredo Gaspar dos Santos.
Batista é grande conhecedor da trajetória de Boldrin, a quem já dirigiu em dois outros filmes. "Boldrin é meu ator exclusivo. Ou quase. Está como um dos protagonistas em dois de meus filmes mais ambiciosos: o tenso 'Doramundo' (1978) e o épico 'O Tronco' (1998). Não por acaso, os dois filmes foram superpremiados, inclusive com os prêmios de melhor ator", afirma.
Diretor e produtor de cinema e televisão, roteirista e escritor brasileiro, Batista trabalhou na TV Cultura entre 1972 e 1974 como diretor de Especiais do jornalístico Hora da Notícia, ao lado de Fernando Pacheco Jordão (1937-2017) e Vladimir Herzog (1937-1975), morto pelo regime militar, aos 38 anos. Por vários anos, integrou também o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.
Segundo ele, o que mais o atrai na vida e na obra de Boldrin é a sua capacidade criativa e múltipla de atuação artística: "Cantor, compositor, apresentador e ator. E em tudo carrega no peito a criança revelada na dupla sertaneja com o irmão", define.
Andrade, que já foi convidado a presidir a Ancine, celebra também seu retorno ao audiovisual: "A alegria maior, além do próprio Boldrin, foi retornar à TV Cultura como cineasta, depois de quase 40 anos", celebra o diretor, que passou os últimos anos longe do set e por trás de funções mais burocráticas, como a presidência do Memorial da América Latina.
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