Figurino de 'Além da Ilusão' promete ser atração à parte na novela
Diferentes períodos históricos inspiram peças usadas na trama de Alessandra Poggi
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Os traços realistas e carregados de cor do pintor norte-americano Edward Hopper (1882-1967) estão entre as inspirações de Paula Carneiro, figurinista de "Além da Ilusão". Há 15 anos na Globo, a especialista reuniu elementos de diferentes épocas para a criação do figurino dos personagens, em busca de composições que reflitam a personalidade de cada um.
A coluna apresenta em primeira mão os detalhes do trabalho de Paula Carneiro para a caracterização visual do elenco da novela, prevista ir ao ar no dia 7 de fevereiro.
Já era de se esperar que as roupas trouxessem referências de moda das décadas de 1930 e 1940, marcos temporais que delimitam a passagem de tempo na trama. Além delas, inspirações dos anos 1950 e tendências contemporâneas estão presentes nas vestimentas.
A figurinista foi atrás de estilos icônicos usados pelas grandes personalidades das últimas décadas para despertar os sentidos do público à mensagem visual que parte das roupas. Nomes como Grace Kelly, Coco Chanel, Elizabeth II e Johnny Depp fazem parte da lista de inspirações.
A passagem de tempo entre as duas décadas foi outro ponto de atenção, trabalhado no figurino: o colorido e a criatividade das peças se destacam, à medida que o tempo passa.
Interpretadas por Larissa Manoela em diferentes fases, as irmãs Elisa e Isadora, filhas de Matias (Antônio Calloni), terão figurinos marcados pelas diferenças entre suas personalidades.
"Elisa é uma menina muito romântica, uma princesa, ela voa. A roupa dela é toda vaporosa, esvoaçante. Já Isadora está em um lugar que não tem data e é o oposto da irmã. É a nossa Dorinha, moderna, com muita personalidade, que costura a própria roupa. É criativa, estilista, quer trabalhar, quer a liberdade e não acredita no amor", explica Paula.
Um dos itens de destaque do acervo de "Além da Ilusão" é o vestido usado por Elisa em seu baile de aniversário de 18 anos, na primeira fase do folhetim. A peça foi produzida na fábrica de costura dos Estúdios Globo, onde foi pintado a 200 mãos, segundo a figurinista.
"Produzimos quase mil flores de tecido para aplicar no vestido inteiro. Ele é meio 3D, com as flores saltadas. A equipe pintou o vestido à mão. Foi surperconfeccionado, superestudado. Temos um time muito bacana de criação que nos apoia na execução e faz preciosidades", afirma.
Paula destaca ainda uma capa de veludo inspirada em um desfile de moda e adaptada para o figurino do mágico Davi, personagem de Rafael Vitti. A inspiração veio de artistas dos anos 1930.
Quando o personagem assume outra identidade, na segunda fase da novela, a referência parte da imagem de um administrador mais moderno, com calça e blazer distintos, fugindo do terno clássico, e peças complementares como o colete de lã e a gravata de tricô, o que resulta em uma mistura de padrões.