Johnny Depp critica cultura do cancelamento antes de receber prêmio em San Sebastián
Ator perdeu processo contra jornal inglês que o chamou de 'espancador de mulheres'
Ninguém está a salvo da chamada cultura de cancelamento, disse o ator Johnny Depp, 58, nesta quarta-feira (22) no Festival de Cinema de San Sebastián, onde receberia o prêmio principal do evento por seus quase 40 ano de carreira.
Depp perdeu uma batalha judicial por difamação contra um tabloide britânico que o rotulou de "espancador de mulheres", no ano passado, quando um tribunal de Londres determinou que ele agrediu repetidamente sua ex-parceira, a atriz norte-americana Amber Heard.
Desde então, o ator reclama de ter sido boicotado por Hollywood, uma vez que seu último filme, "Minamata", tem dificuldade para garantir uma estreia nos Estados Unidos.
Na quarta-feira, Depp lamentou "esta cultura do cancelamento ou esta pressa instantânea de julgamento com base essencialmente no que equivale a ar poluído que é exalado".
"Vou à casa de alguém. Vou me apresentar na festa de aniversário do seu filho em determinado momento", disse ele em entrevista coletiva, pouco antes de uma cerimônia em que seria homenageado com o prêmio honorário Donostia, o principal de San Sebastián.
"Ninguém está seguro, desde que alguém esteja disposto a dizer uma frase. É preciso uma frase."
Grupos feministas e associações da indústria cinematográfica criticaram a decisão do festival de homenagear Depp quando o prêmio foi anunciado em agosto.
Em resposta a essas críticas, o diretor do festival, Jose Luis Rebordinos, disse que o prêmio é reflexo das realizações cinematográficas de Depp e não tem relação com sua vida pessoal.
"O papel de um festival de cinema não é julgar a conduta dos membros da indústria cinematográfica", disse ele à época.
Depp é o segundo premiado este ano. Na sexta-feira, a atriz francesa Marion Cotillard recebeu a estátua da espanhola Penelope Cruz.
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