Encrenca lidera audiência da RedeTV! sem apelação: 'Não excluímos ninguém da sala'
Atração aposta em quadros simples e não parou nem na pandemia
Atração aposta em quadros simples e não parou nem na pandemia
Com a maior audiência da emissora desde 2015 (entre 6 e 6,5 pontos) e em quarto lugar entre as maiores audiências entre os canais abertos, o programa Encrenca nada de braçadas na RedeTV!. Comandado desde 2014 por Tatola Godas, Dennys Motta, Ângelo Campos e Ricardinho Mendonça, o humorístico de domingo à noite também é um sucesso comercial ao apostar em um humor sem apelação.
Para Tatola, ter todos esses requisitos é um orgulho. “Isso é importante porque dá combustível para a gente. Quando você tem audiência, a TV e os patrocinadores acreditam em você. Fazemos reuniões, estamos presente em tudo, damos palpites, criamos juntos”, afirma.
A turma acredita que muito do segredo pela boa atuação até hoje está no fato de haver novidade a cada domingo. “É legal falar que praticamente toda semana tem uma estreia. Buscamos nos atualizar, estar em contato com pessoas mais jovens e com o que está acontecendo em tudo quanto é canto, no YouTube, no WhatsApp, no TikTok, no Facebook”, reforça Tatola.
São mais de 70 quadros intercalados, mas a dinâmica da atração é simples: são imagens e vídeos que viralizaram nas redes sociais e que são vistos e comentados pelos amigos ao vivo. “Tudo o que você recebe no seu telefone você vê no Encrenca aos domingos. Isso é um fator muito forte da nossa história porque damos imagem para aquilo que o cara ouviu ou viu no smartphone. A gente diz que o protagonista do Encrenca é o telespectador”, diz Godas.
Para Dennys, o mais importante de tudo é acompanhar o que está acontecendo de mais divertido em várias plataformas e pensar à frente. “Nossa evolução é grande. Começamos sem saber nada de televisão, não sabíamos direito para onde olhávamos, o tempo das coisas e a velocidade de resposta.”
Apesar de figurarem entre as maiores audiências, os amigos do Encrenca acham muito difícil chegar próximo da Globo, uma vez que a emissora concorrente “é um negócio muito diferenciado no mercado” como diz Godas. Mas para eles o jeito como as coisas estão é muito bom. A equipe pode ser competitiva e continuar a apostar em um humor sem apelação.
“A televisão chegou em uma fase que passou a excluir os jovens da sala e os colocar no quarto. A família deixou de se reunir para cada um ver uma coisa separadamente. O que o Encrenca proporciona hoje é que todos sentem na sala e assistam ao programa juntos. Nós não excluímos ninguém da sala, mas incluímos”, opina Tatola.
Aliás, quando entrou no ar, em 2012, o Encrenca substituiu o Pânico, conhecido pela comédia mais escrachada e por vezes de mau-gosto, que deixou a RedeTV! e foi para a Band. “Não tem que ser apelativo para fazer humor, não. Isso foi uma fase que ficou lá no passado. Mas nós conseguimos hoje, de um jeito bem leve e familiar, brincar com tudo sem ofender ninguém”, complementa Dennys.
O contrato da trupe do Encrenca vai até 2022 e a tendência é que se cumpra. Eles contam que até já tiveram a oportunidade de deixar a emissora algumas vezes, mas que receberam o respaldo do corpo diretivo de que teriam toda a liberdade para criar e fazer rir a sua maneira. Por serem do rádio —eles fazem parte do programa Quem Não Faz, Toma, da 89 FM—, os meninos estão acostumados ao ritmo de como as coisas acontecem e com a velocidade das informações. E o rádio os ajuda na TV.
“Nossa ideia é fazer um programa muito longevo, sim, na TV. É óbvio que temos medo de enjoar, tudo pode enjoar na vida. O que procuramos fazer é nos manter atualizados com pessoas mais novas do que a gente. Eu, por exemplo, tenho filhos de todas as idades que você possa imaginar (risos)”, conclui Tatola.
Desde março, quando a pandemia do novo coronavírus chegou causando grande impacto no Brasil, muitos programas de TV saíram do ar ou se adaptaram para transmissões de casa. Porém, o Encrenca foi na direção contrária a isso.
Os integrantes do programa se orgulham de jamais terem colocado uma reprise no ar e de terem conseguido fazer todas as edições ao vivo e inéditas no estúdio.
“Fomos o único programa de entretenimento que não parou. Por opção e, depois de muita conversa, começamos a fazer as produções online, gravar em casa, fazer tudo de maneira remota, pela internet. Isso fez com que tivéssemos acesso a essa experiência antes dos demais”, diz Dennys.
Segundo Tatola Godas, todas as medidas foram tomadas. “Diminuímos a quantidade de funcionários da produção aos domingos. Fomos o primeiro programa a suspender plateia no estúdio e a inseri-la novamente, porque nossa plateia hoje é toda composta por fotos, imagens impressas em tamanho real. No sofá que sentávamos nós quatro, agora ficam só dois e os outros dois em cadeiras. Então procuramos nos proteger da melhor forma possível, adotando todos os cuidados recomendados”, afirma.
Para a equipe, isso também ajudou a alavancar os índices de ibope da atração. “Já ultrapassamos diversas vezes a Record e o SBT, então estamos sempre na briga. Mudar de horário seria bobagem. Domingo, às 20h, já está consagrado. Está bom dessa maneira”, finaliza Tatola.
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