BBB 24: Já dá para dizer que a edição deste ano é um flop?
Programa tem alto engajamento nas redes sociais, mas vai mal de audiência
A Globo fez de tudo para turbinar a 24ª temporada do Big Brother Brasil. A primeira grande mudança foi no sistema de votação, para impedir novos casos como o de Amanda Meirelles. A médica, uma das plantas mais vistosas que já adornaram a casa, conquistou uma legião de fãs que a levaram à vitória no ano passado –e a maior parte do público, que não estava nem aí para a moça, se sentiu meio ludibriada com o resultado.
Também houve uma revisada geral nas regras. Imitando A Fazenda, agora o espectador vota no emparedado que ele quer que fique, não em quem merece ser eliminado. A casa foi redecorada, transformando-se numa explosão de cores. Além disso, o grupo Camarote foi reduzido a apenas seis integrantes para dar mais espaço a Pipocas que estão mais interessados no dinheiro do prêmio do que em visibilidade para suas carreiras.
Tudo isso deu certo? Sim e não. O BBB 24 estreou há apenas três semanas, e claro que ainda é cedo para um veredicto definitivo. Nas redes sociais, parece que não existe outro assunto. Qualquer coisa dita ou feita por um brother detona uma discussão transcendental, com gente enxergando machismo e racismo nas menores banalidades.
Mas a audiência vem deixando a desejar. Depois do repique de 2020, quando o confinamento forçado pela pandemia fez com que o reality tivesse seus melhores índices no ibope em mais de uma década, os números só vêm caindo.
Nesta semana que passou, nem mesmo a estreia de "Renascer", que encantou público e crítica, ajudou o BBB 24 a ultrapassar os 20 pontos de média. O que é uma cifra espetacular para qualquer lugar do mundo, mas ainda está aquém do que esperavam os anunciantes do programa, como bem apontou Ana Cora Lima.
Para complicar a situação ainda mais, o BBB 24 não está sendo divertido de se assistir. Os Pipocas são quase todos uns chatos –abro exceção para a paulistana Beatriz, engraçada e falastrona. Aliás, ela fala tanto que é preciso assisti-la em doses homeopáticas, para não ter dor de cabeça.
Os Camarotes são piores ainda. A influenciadora Vanessa Lopes caiu fora na segunda semana, porque quase entrou em surto quando percebeu que não estava em sua bolha no TikTok. O atleta paralímpico Vinicius Rodrigues foi eliminado no paredão de terça (23). A Globo deve ter suspirado aliviada, pois não está prepara para lidar com problemas de saúde mental nem para atender às necessidades de uma pessoa com deficiência física (como se viu na primeira prova de resistência da temporada, em que Vinicius perdeu sua prótese).
Sobraram Wanessa Camargo e Yasmin Brunet, que formaram uma aliança para deixar claro ao resto do mundo como estão infelizes lá dentro; Bin Laden, simpático, generoso e meio apagado; e o intragável Rodriguinho, que nem chega a ser o vilão que a gente adora odiar. A gente só odeia mesmo.
Quase todos os dias, manifestações racistas, homofóbicas e machistas eclodem na casa, incitando nas redes discussões mais do que necessárias para este Brasil ainda tão atrasado –como bem disse minha colega Rosana Hermann em sua última coluna.
Mas o programa em si, está bom? Não. Falta alguém com o carisma de um Gil do Vigor, e sobram lamúrias e reclamações. O que fazer, então? Não faço a menor ideia. Isso é problema para Boninho e sua equipe. Só digo que, enquanto o BBB 24 continuar aborrecido desse jeito, eu só assistirei por obrigação profissional.
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