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Tony Goes
Descrição de chapéu

Segundo episódio de 'Xuxa, o Documentário' mostra que apresentadora foi maior que qualquer estrela atual

Mais uma vez, Marlene Mattos é apontada como a culpada pelos fracassos

Apresentadora Xuxa Meneghel em foto no Instagram - @xuxa no Instagram
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São Paulo

Fãs aos berros, multidões se espremendo, choro e ranger de dentes: nada disso é novidade, pelo menos desde que Frank Sinatra ficou famoso no final dos anos 1940. O cantor americano inaugurou um padrão de idolatria que até hoje persegue superstars de diferentes países.

No entanto, mesmo estrelas contemporâneas como Beyoncé, Taylor Swift ou Harry Styles não chegam perto do que foi Xuxa nas décadas de 1980 e 1990. Depois de transformar as crianças brasileiras em suas súditas, a apresentadora partiu para conquistar novos territórios. A Argentina sucumbiu primeiro, seguida por quase toda a América Latina e a Espanha. A invasão só não foi bem-sucedida nos Estados Unidos, e meio que por culpa de Marlene Mattos.

Pelo menos é o que sugere "O Mundo a Seus Pés", o segundo episódio da série "Xuxa, o Documentário", que a plataforma Globoplay liberou às 18 horas desta quinta-feira (20). Vemos como Xuxa enlouqueceu a plateia do Festival de Viña del Mar, fazendo uma plateia que nunca a tinha visto antes pular e cantar hits como "Ilariê".

Este êxito fez com que a equipe de Xuxa percebesse uma janela de oportunidade. Mesmo sem falar espanhol fluentemente, a Rainha dos Baixinhos estreou um programa próprio na rede argentina Telefe. A partir daí, foi um rastilho de pólvora aceso. Um sucesso tão avassalador que logo surgiram clones da brasileira, como a argentina Patsy ou a colombiana Xiomy.


Todo esse período é lindamente coberto pelo episódio. Há fartas entrevistas com produtores, empresários e antigos fãs, hoje adultos. A histeria que Xuxa causava assim que desembarcava no aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, não tem paralelo com nenhum popstar dos dias de hoje.

A parte mais interessante de "O Mundo a Seus Pés" é a malfadada empreitada norte-americana de Xuxa, que foi muito pouco discutida na mídia brasileira. Ainda menos fluente em inglês do que espanhol, ela simplesmente não conseguia passar, diante das câmeras, a espontaneidade que era sua marca registrada.

Mas, segundo os depoimentos dos envolvidos, o fracasso nos EUA começou quando Xuxa faltou a uma entrevista no programa "Good Morning, America", de enorme audiência. Ela alegou dor nas costas, mas sua ausência pegou muito mal. E quem teria achado que ela poderia faltar a um compromisso tão importante foi Marlene Mattos, sua empresária na época.

É uma pena que a própria Marlene não dê sua versão da história. A antiga diretora do "Xou da Xuxa" só aparecerá no quinto e último episódio, num reencontro com a apresentadora que já está dando o que falar.

"O Mundo a Seus Pés" começa com outro reencontro: o de Xuxa com Marcelo Ribeiro, o ator-mirim com quem ela contracenou no filme "Amor Estranho Amor", lançado em 1982. Hoje com 52 anos, ele abraça sua antiga parceira de cena, mas os dois não têm muito assunto. Mas é um momento de alguma emoção, e também um ponto final à celeuma em torno do drama erótico de Walter Hugo Khouri, que a própria Xuxa tirou de circulação durante mais de três décadas.

O episódio ainda traz o bizarro encontro da apresentadora com Michael Jackson, que propôs um contrato para que ela gerasse os filhos dele.

Na próxima quinta-feira, veremos Xuxa com seu quase-namorado Ayrton Senna. Talvez saibamos por que os dois jamais namoraram de fato. Até lá, só nos resta especular.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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