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Thiago Stivaletti

Os programas de 2024 que queremos esquecer

Ano foi especialmente fraco nos reality shows da TV aberta; Silvio Santos e Maníaco do Parque ganharam filmes decepcionantes

Mulher sorri sentada num sofá
Ana Clara no reality Estrela da Casa - Manoella Mello/Globo
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São Paulo

Foi um ano ruim para os reality shows na Globo e na Record, que culminou com a saída do todo-poderoso Boninho da Globo. No terreno das novelas, "Mania de Você", a aguardada nova trama de João Emanuel Carneiro, não funcionou já desde a primeira semana.

O ano ainda viu alguns péssimos filmes "baseados em fatos reais", como o do Maníaco do Parque e o do episódio do sequestro de Silvio Santos.

Para contrabalançar as muitas retrospectivas de melhores do ano, é hora de relembrar aquilo que não deu certo e não vai deixar saudades.

Estrela da Casa


O novo reality musical da Globo deu ruim logo de cara. Participantes sem carisma, conflitos murchos, provas chatas e uma variedade musical tão grande que no fim não agradava nenhum fã.

Ana Clara deu o seu melhor e provou seu talento como apresentadora, mas não foi suficiente. O fracasso teria sido o principal motivo da saída de Boninho da Globo. Em outubro, a segunda temporada foi confirmada pela emissora... vai entender.

BBB 24 e A Fazenda 16

Mas sejamos justos: não foi só o Estrela da Casa que flopou este ano. O BBB 24 também não primou pelo melhor elenco e vendeu o engodo de sempre. A edição da Globo praticamente obrigava a torcer para o baiano Davi Brito realizar seu antigo sonho de ser médico –depois de campeão, o rapaz já decidiu trocar o curso para Direito.

Em meio a participantes infantilizadas como Alane e a histérica Bia do Brás, que sobrevive em dezenas de comerciais usando seu alto volume para vender de tudo, este foi mais um ano de pessoas desinteressantes que não valiam nem a audiência nem o tempo gasto com elas nas redes.

Alguns dos barracos foram acompanhados com mais interesse fora do programa, como a treta de Lucas Buda com sua ex, Camila Moura –rapidamente contratada pela Fazenda– e o gaúcho Matteus Amaral, que fraudou a lei de cotas para entrar na universidade.

Comandada por Adriane Galisteu, a 16ª temporada de A Fazenda já começou batendo recordes negativos para a Record nas primeiras semanas. Com barracos e bate-bocas ainda mais artificiais que os do BBB –afinal, todos ali são subcelebridades buscando mais holofotes–, a temporada teve acusações de gordofobia e racismo contra Flor Fernandez, ex-jurada do Qual É a Música?, entre outras tretas. O grande campeão foi o ator Sacha Bali (quem? O Metamorfo das novelas dos Mutantes, com passagens insípidas por novelas da Globo).

Filmes do Silvio Santos e do Maníaco do Parque

Filmes e séries sobre personalidades marcantes costumam ser aguardados com ansiedade. Neste ano, porém, dois deles deram muito ruim. Nos cinemas, "Silvio" colocou Rodrigo Faro na pele do Homem do Baú num momento tenso da sua vida: o sequestro da sua filha Patrícia e depois o seu próprio em 2001, dentro de casa.

Foi no mínimo estranho ver uma figura tão solar como Silvio num filme barra-pesada e dramático demais. Faro fez o que pôde, mas o filme não o ajudou em nada.

Já "Maníaco do Parque", no Prime Video, botou Silvero Pereira no papel do serial killer que matou dez mulheres no Parque do Estado em São Paulo nos anos 1990. Silvero até manda bem como o motoboy psicopata, mas o roteiro e a direção são mais fraquinhos e cheios de clichês do que filme policial enlatado do Domingo Maior.

"Mania de Você"

Desde "A Favorita", toda novela de João Emanuel Carneiro é ansiosamente aguardada pelos fãs. A atual novela das nove, porém, errou rude já na premissa: ninguém se interessou pelo grande amor entre Viola e Rudá; Mércia, a personagem de Adriana Esteves, não tem uma história própria à altura da atriz; o elenco de apoio é cheio de atores que o público não tem vontade de acompanhar.

A decepção com a trama é tão grande que só faz crescer a expectativa para o remake de "Vale Tudo", que só estreia em março.

Domingo Record


Depois de ser um dos destaques de A Fazenda, Rachel Sheherazade parecia ter uma carreira promissora na Record. Seu novo programa, o Domingo Record, estreou em agosto na hora do almoço para fazer frente a Celso Portiolli no SBT.

Misturando entrevistas com celebridades, notícias e quadros como um de "curiosidades do povo nordestino" (que ano é hoje?), o programa estreou em 18 de agosto e viu sua fraca audiência minguar ao longo das semanas seguintes.

Nem a chegada do humorista Matheus Ceará ajudou a trazer o público –Rachel ainda destilou o seu ressentimento com o SBT ao perguntar a ele se estava feliz com a "promoção" de emissora.

Há cerca de um mês, o programa perdeu os estúdios da Record na Barra Funda, e a emissora começou a demitir chefes da equipe do programa, abrindo espaço para o Campeonato Brasileiro em 2025. Nada indica que o programa vá durar muito tempo.

Thiago Stivaletti

Thiago Stivaletti é jornalista e crítico de cinema, TV e streaming. Foi repórter na Folha de S.Paulo e colunista do UOL. Como roteirista, escreveu para o Vídeo Show (Globo) e o TVZ (Multishow).

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