Em sua estreia, Estrela da Casa força a identificação com o BBB
Participantes primam pela diversidade de etnias, gêneros e estilos e já reclamaram do som no primeiro programa
Um BBB musical. Em sua estreia, o Estrela da Casa se esmerou em fornecer ao espectador vários pontos em comum com o Big Brother Brasil para fisgar os fãs do bom e velho reality. O cenário familiar dos quartos e da cozinha; a entrada na casa de cada participante; os dummies estrelados que auxiliam nas provas e a prova patrocinada de resistência foram só alguns deles.
Ainda é dúvida se o novo reality vai movimentar as redes como faz o original, mas o novo programa estreou ganhando pontos no quesito diversidade. Entre os 14 participantes, há gente de todo o Brasil, brancos, pretos e indígenas, cis e trans, dos 20 aos 38 anos, de um leque musical variado: funk, pop, sertanejo, piseiro, rap, gospel (faltou o forró, o pagode e o samba de raiz, entre outros).
Da artesã indígena de Alagoas que ama Marília Mendonça à capixaba filha de pastores evangélicos que começou a cantar na igreja, o time escolhido por Boninho e o diretor Rodrigo Dourado mostrou que o Brasil é um caldeirão infinito de influências musicais.
É neste Brasil condensado numa casa que o programa se sai melhor –como quando o rapper e o sertanejo "padrão" se viram elogiando o corpo marombado do colega trans enquanto ele treinava. As primeiras tretas já apareceram de leve, na ocupação do estúdio e na divisão dos quartos.
Numa das provas postas em prática, a Disputa do Hitmaker, já deu para sentir que o Estrela da Casa, assim como seu primo The Voice Brasil, dificilmente vai agradar os mais puristas. Na escolha das primeiras músicas que disputam a maior audiência nas plataformas, as tais estrelas já assassinaram a facadas lentas hits de Leandro e Leonardo, Marisa Monte, Alceu Valença e Miley Cyrus. É preciso abstrair e desapegar das versões originais.
Houve falhas, como em toda a estreia ao vivo. Foi no mínimo irônico ver os músicos reclamarem do volume e do retorno do som na explicação das provas. A de resistência, que encerrou o programa, poderia ter sido mais musical, mas no fim só serviu para ver o povo cantando a esmo para espantar o tédio madrugada adentro.
E há Ana Clara, que apareceu ainda muito presa ao texto na estreia. Mas, se tiver espaço para se soltar, tem todo o potencial para substituir até Tadeu Schmidt na nave-mãe num futuro nada distante.
A audiência morna da estreia, de 14 pontos contra 9 do SBT, mostrou que vai ser mais difícil do que parece para a Globo realizar o seu sonho de emplacar um reality show forte no segundo semestre, prolongando as publicidades milionárias do BBB. Mas sempre é possível ir consertando o trem com ele em movimento.
Estrela da Casa
Todos os dias, na Globo, depois de "Renascer"
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