Netflix anuncia estreia de documentário sobre o caso Nardoni
Coluna antecipa trailer, as primeiras imagens e a data do filme dirigido pelo ex-casseta Cláudio Manoel
A Netflix anuncia como obra pronta, já com seu primeiro trailer veiculado no YouTube, o filme documental "Isabella: o Caso Nardoni", mantido em segredo absoluto até aqui. Para além do sigilo que costuma cercar a maioria das produções, o longa-metragem mereceu ainda mais mistérios em torno de sua realização, em razão das tentativas da família Nardoni de censurar a memória sobre o assunto.
O título estreia no dia 17 deste mês, tendo como diretores o cineasta Micael Langer e o documentarista e humorista Cláudio Manoel (ex-Casseta & Planeta).
Há quase dois anos, a informação sobre o desenvolvimento de uma série a respeito de Isabella Nardoni motivou familiares de Alexandre Nardoni a tentarem impedir a produção de qualquer obra relacionada ao caso, ocorrido há 15 anos. O pretexto seria reduzir o sofrimento do pai e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, que já teriam cumprido a pena da acusação pela morte da filha dele, então com 5 anos, e dos filhos do casal.
Na ocasião, no entanto, o projeto do roteirista Raphael Montes e da criminóloga Ilana Casoy, autores de "Bom Dia, Verônica" e dos filmes sobre Suzanne Von Richtofen, era ficcional, conforme disse a dupla em entrevista a esta coluna.
Em 2008, o assassinato de Isabella Nardoni parou o Brasil: a menina de 5 anos foi atirada pela janela do apartamento de seu pai, Alexandre, e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, em São Paulo, gerando uma comoção popular gigantesca, fartamente alimentada pela mídia.
A repercussão acelerou a pressão sobre as autoridades por uma solução rápida e exemplar, e a perícia trabalhou para encontrar material que pudesse provar o que aconteceu ali.
Como não houve confissão por parte dos acusados, toda a conclusão foi baseada no exercício de uma espécie de "C.S.I" --seriado americano sobre polícia científica-- de vida real, como nunca antes havia sido visto por aqui. Como se deu esse trabalho? Que provas atestaram a culpa do casal Nardoni? O que fez a polícia descartar qualquer outra hipótese?
Quinze anos após o crime que comoveu o Brasil, o documentário promete responder a essas questões e revelar detalhes pouco conhecidos da história. Depoimentos inéditos da mãe e dos avós de Isabella, que lutam para manter a memória dela viva, entram em cena. Também são ouvidos jornalistas, peritos e advogados de defesa.
"A produção traz ainda reflexões sobre a nossa sociedade, sobre a justiça criminal --na verdade, sobre o nosso sistema como um todo-- e ainda sobre o sensacionalismo", diz o diretor Claudio Manoel.
"Além, é claro, de resgatar uma história que não pode ser esquecida. Essa garotinha poderia estar hoje aqui com a gente, aos 21 anos de idade, cursando uma faculdade, traçando seu futuro", completa.
O documentário chega ao streaming pago mais consumido do país pouco mais de um mês após a saída da prisão de Anna Jatobá, enquanto Alexandre Nardoni cumpre pena no regime semi-aberto.
A produção é da Kromaki em parceria com a Netflix. A produção executiva é de Rodrigo Letier, Manfredo Barretto, Roberta Oliveira e Anna Julia Werneck. O roteiro é de Claudio Manoel, Micael Langer e Felipe Flecha.
O filme conta com consultoria do jornalista Rogério Pagnan, autor do livro "O pior dos crimes – A história do assassinato de Isabella Nardoni", e da criminóloga Ilana Casoy, autora dos livros "A Prova é a Testemunha" e "Casos de família – Arquivos Richthofen e Arquivos Nardoni", que atuou na investigação do caso Nardoni.
Em números, a equipe contabiliza a análise de mais de 6 mil páginas de processo, 118 horas de gravação de entrevistas e mais de 5 mil itens de arquivo fotográfico vindo da mídia e do acervo da família.
Confira abaixo o primeiro trailer do filme, que a coluna antecipa aqui:
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