A Globo finalmente agendou para 4 de maio a volta do "Linha Direta", após 16 anos de seu encerramento, agora sob o comando de Pedro Bial e repaginado pela tecnologia. A emissora aproveita a força da marca para resgatar o DNA do programa com uma embalagem hoje tratada sob a nomenclatura do "true crime".

Uma atualização relevante para justificar o retorno do linha Direta é a desfulanização da fórmula, ou seja, tomar cada caso como exemplo de problemas que não são dramas isolados. Dentro dessa premissa, a temporada elegeu tratar de edições temáticas, uma lista que inclui feminicídio, LGBTfobia, violência doméstica, golpes pela internet, entre outros.

Outro ponto interessante diz respeito à maneira de aproveitar recursos que não eram tão acessíveis entre os anos 1990 e 2000, período em que o programa foi produzido. Entram em cena laudos de perícia em 3D e imagens de vídeos de câmeras de segurança e captadas por celular.

O conteúdo investigativo se une agora a uma estrutura narrativa que combina apresentação, reportagem, entrevista e simulações de casos que ganharam destaque na sociedade brasileira nos últimos anos.

A cada semana, Bial apresentará um crime já solucionado com o auxílio da dramatização de atores, e outro com desfecho ainda em aberto. O aspecto social, com a prestação de serviço, segue sendo um dos grandes pilares do programa, que contará com a divulgação de canais de denúncias para ajudar na localização de foragidos e no fornecimento de pistas.

Entre os casos a serem revisitados, está o de Henry Borel, menino de 4 anos que morreu em casa, onde estavam também o padrasto e a mãe, e a história de Eloá, morta pelo parceiro, um episódio de feminicídio.

O Linha Direta tem apresentação de Pedro Bial, direção artística de Monica Almeida, direção geral de Gian Carlo Belotti, e direção de gênero de Mariano Boni. A redação final é de Pedro Bial e Marcel Souto Maior, com produção de Anelise Franco.

O programa será exibido às quintas-feiras, após "Cine Holliúdy", na TV Globo.

Zapping - Cristina Padiglione

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Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).