Globo define título de sucessora de 'Travessia'; conheça a trama
Novela de Walcyr Carrasco é ambientada no Mato Grosso do Sul, mesmo estado que sediou 'Pantanal'
Depois de cogitar "Terra Vermelha", marca que já tem dono, e "Terra Bruta" como títulos de sua próxima novela das nove, a Globo definiu "Terra e Paixão" como nome definitivo da história que Walcyr Carrasco escreve para suceder "Travessia", de Gloria Perez, atualmente no ar.
O batismo foi antecipado pela jornalista Carla Bittencourt no site Notícias da TV e confirmado pela Globo junto às primeiras informações sobre a novela difundidas pela emissora.
A estreia está prevista para a primeira semana de maio e as gravações estão em andamento desde janeiro, nas cidades de Dourados e Deodápolis, no Mato Grosso do Sul, mesmo estado que serviu de cenário a "Pantanal".
Dessa vez, teremos Tony Ramos como o grande fazendeiro cuja herança é alvo de discórdia na família, papel que já foi de Antonio Fagundes em outros enredos semelhantes, como "Renascer" e "O Rei do Gado", e de Marcos Palmeira em "Pantanal", todas de Benedito Ruy Barbosa.
CLICHÊS REPAGINADOS
A divergência, na nova trama, é mais provocada pela esposa, Irene, vivida por Glória Pires, que tenta emplacar seu filho, Daniel (Johnny Massaro), como sucessor do pai, em detrimento de Caio (Cauã Reymond). Caio é filho do primeiro casamento de Antonio La Selva, o patriarca de Tony Ramos, que ganhou de Carrasco esse sedutor batismo para o mercado de TV hispânico e poderia bem ser um herói mexicano.
Mas os irmãos se amam, esse é um ponto fora da curva de enredos semelhantes a esse. A questão, de novo aproximando o folhetim dos scripts mais manjados, é que eles vão se apaixonar pela mesma mulher, sem noção da coincidência.
NEGRITUDE NO PROTAGONISMO E ATRÁS DAS CÂMERAS
A mocinha é Aline, papel de Barbara Reis, que ganha aí sua primeira protagonista e recoloca no horário mais nobre da TV uma protagonista negra.
Nesse quesito, vale destacar as presenças de Jeferson De e Juliana Vicente, dois cineastas negros e prontos para trazerem sua vivência à obra, na equipe de direção liderada por Luiz Henrique Rios.
"Aline começa uma trajetória para defender seu legado e construir um futuro melhor para si e para sua família", informa o primeiro texto distribuído pela Globo sobre a história. "Após o assassinato do marido em uma tentativa de invasão das terras onde vivem, a professora se torna produtora agrícola sem nunca ter plantado uma semente, enfrentando tudo e todos para realizar seu novo sonho."
A história também promete contemplar a diversidade por meio de personagens indígenas, uma lacuna deixada por "Pantanal", e agora conta inclusive com consultoria do escritor Daniel Munduruku.
O elenco que foi até o Mato Grosso do Sul para gravar contou ainda com Agatha Moreira, Debora Ozório, Inez Viana, Charles Fricks, Tatiana Tibúrcio, Flávio Bauraqui, Amaury Lorenzo e Tairone Vale. Susanna Vieira também estará em cena.
O AGRO É POP
Carrasco e Rios, autor e diretor, se dizem fascinados com o avanço tecnológico que hoje norteia a produção agrícola, e prometem escancarar longos planos de plantações na tela do horário. O espectador dos grandes centros urbanos há de se sentir confortado com o que lhe parece um certo escapismo, ao menos no que diz respeito ao cenário.
Carrasco escreve com colaboração de Márcio Haiduck, Vinícius Vianna, Nelson Nadotti e Cleissa Regina. A equipe de direção tem também Tande Bressane, Joana Clark e Felipe Herzog, com direção-geral de João Paulo Jabur.
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