Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Zapping - Cristina Padiglione

Autores e diretora falam sobre 'Onde Está o Meu Coração', série que chega à Globo

Drama da dependência química rendeu indicação de Letícia Colin ao Emmy Internacional: 'Tema universal e atemporal', alerta George Moura

A atriz Letícia Colin e maquiadora
Letícia Colin é maquiada para gravar como Amanda, personagem que é dependente química e protagonista da série 'Onde Está o Meu Coração' - Victor Pollak/Divulgação Globo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Série fechada em dez capítulos, "Onde Está Meu Coração" chega à TV Globo no dia 31 de janeiro, quase dois anos depois de ter sido lançada no Globoplay, tendo rendido a Letícia Colin a indicação ao Emmy Internacional como uma das cinco melhores atrizes do mundo, fora dos Estados Unidos.

De George Moura e Sergio Goldenberg, dupla que fez também "O Canto da Sereia", "Amores Roubados" e "Onde Nascem Os Fortes", o título tem direção artística de Luísa Lima, que empresta à produção um olhar feminino capaz de torar ainda mais sensível a causa da dependência química.

A história é contada em torno de Amanda (Letícia), uma médica ciosa do compromisso de salvar vidas, que sofre com as inevitáveis frustrações impostas pelas limitações da medicina, e, sob o pretexto de aliviar suas tensões, acaba mergulhando no universo do crack. A história expõe como o consumo de drogas, lícitas ou não, tem efeitos diferentes para uns e outros, revelando-se uma doença grave em casos específicos.

Do consumo recreativo à dependência, a experiência pode se tornar uma viagem sem volta, sem discriminar faixa social.

"Esse é um tema universal e atemporal", diz Moura, que costuma sublinhar o quanto a doença, nesse caso, afeta de modo avassalador toda a família. "O nosso mergulho na pesquisa e na vivência para escrever a série foram um aprendizado que jamais sairá de dentro de nós. Aprendemos muito, mas, sobretudo, entendemos que a dependência química é uma questão de saúde e não de polícia. E que é preciso muito afeto para superar esta doença, que atinge não apenas o usuário, mas todo o seu entorno. Afeto e tratamento com médicos especialistas e grupos de apoio é um caminho possível", analisa o autor.

Luisa, a diretora, reforça o discurso e a mensagem da série: "É sobre amor, amparo, contradições humanas. Sobre o direito que todos nós temos de recomeçar, mesmo quando parece ter chegado a um estágio acentuado de degradação física e psicológica. E mostra também como esse problema não é somente individual, familiar, mas também uma questão de saúde pública."

"É um drama humano vivido com uma entrega visceral e brilhante de Letícia Colin, oferece entretenimento e reflexão ao mesmo tempo, são muitos ingredientes para um vasto público se emocionar", define.

Moura menciona ainda o inevitável potencial da questão para envolver o público, até porque, para além de a série encontrar dependentes como Amanda do outro lado da tela, todos nós temos na família e entre amigos alguém que sofre desse mal. "Acredito que, como a série tem um drama familiar de forte apelo emocional, ela é também muito adequada à TV aberta, que tem um alcance de público amplo e diverso".

Seu parceiro de roteiro, Goldenberg corrobora e acrescenta: "É aquela sensação de entrar ao mesmo tempo na casa das pessoas, em todo Brasil, de mãos dadas com os personagens. É como um grande evento, se pensarmos com os parâmetros de hoje", avalia.

O elenco conta ainda com Mariana Lima, Daniel Oliveira e Fábio Assunção, que auxiliou Colin e a equipe ao compartilhar o conhecimento de sua experiência pessoal com o assunto.

"Onde Está Meu Coração" será exibida às terças-feiras, logo após BBB 23, ou seja, em dias quentes de paredão. A supervisão artística é de José Luiz Villamarim, hoje diretor do núcleo de teledramaturgia da Globo.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem