Dez anos sem Hebe: roupas, sapatos e troféus compõem acervo da apresentadora
Único filho da apresentadora, Marcello explica venda da mansão e das Mercedes da mãe
O mês que marca dez anos da morte de Hebe Camargo foi iniciado com a estreia de um documentário sobre a apresentadora no Globoplay e segue com a consolidação de um acervo que reúne uma série de itens que pertenceram à apresentadora, como vestidos, sapatos, troféus, imagens sacras e fotos —milhares de fotos—, além de seis Mercedes que estão parados há uma década na garagem.
Quando muito, os carros circulam para compor alguma exposição itinerante desses itens. Mas "apenas" duas Mercedes ficarão com a família. As demais, conta o filho único, Marcello, serão finalmente colocadas à venda.
Também apresentador de TV, Marcello conversou com a coluna pessoalmente sobre os bens deixados pela mãe e sobre a mansão que estaria à venda no Morumbi, mas que em tese não lhe pertence mais. Na verdade, prefere não entrar em detalhes sobre o assunto, que praticamente não lhe diz mais respeito.
Ele havia feito um acerto com o primo, Cláudio Pessutti, que morava lá com sua mãe e depois também com a esposa, Helena, pelo qual abria mão de vender a casa para obter sua parte de herança. Como o primo agenciava a carreira de Hebe, Marcello acertou com ele uma divisão de bens.
Pelo acordo, Cláudio lhe pagaria uma quantia como se fosse parte de um aluguel, e esse montante seria recalculado em uma possível venda do imóvel. Mas a essa altura, a decisão cabe a Helena, única moradora da mansão desde janeiro de 2021, quando Pessutti morreu, em consequência da Covid.
O custo de manutenção do imóvel é muito alto e não justifica a presença de uma única pessoa lá. Consta que só em material de limpeza, a casa —que na verdade soma originalmente três imóveis unidos por— Hebe consome mais de R$ 10 mil mensais.
Marcello pronuncia as palavras com sorriso que mal destrava o maxilar ao falar, de modo a impressionar pela semelhança com a mãe. O herdeiro pretende dar seguimento ao acervo, abrigado hoje em uma propriedade da joalheira Lydia Sayegh, amiga de Hebe, que não será aberto à visitação do público em geral, mas poderá abrigar eventos fechados, sob contrato.
Ali estão mais de 400 pares de sapato da apresentadora, cerca de 100 vestidos e outra 1.000 peças de roupas. Há ainda milhares de imagens, 215 bolsas, 193 troféus e 6 instrumentos musicais de 303 quadros.
Marcello e Evaldo Silva Pereira, responsável pelo acervo, explicam que as joias não fazem parte desse inventário, estando também embutidas no acordo entre Marcello e Cláudio. Algumas já foram vendidas. Há peças icônicas compradas por Lilian Gonçalves, filha de Nelson Gonçalves e empresária da noite.
As Mercedes também permanecem na casa de Hebe. Marcello conta que nunca foram vendidas em razão do apreço que o primo tinha por elas. "Sempre nos entendemos muito bem, foi tudo acertado entre nós", conta.
Segundo ele, tudo que foi acordado entre os dois vem sendo respeitado por Helena. Convidada a falar sobre a herança da apresentadora, ela inicialmente concordou, mas depois não retornou mais à procura da reportagem.
Para lembrar a primeira década sem Hebe, o padre Marcelo Rossi disse a Marcello Camargo que gostaria de rezar uma missa em memória pela efeméride. A data combinada entre os dois ficaria para logo depois do dia 29, data da morte de Hebe.
A apresentadora teve câncer no peritônio e enfrentou seu tratamento em duas etapas, como conta o documentário disponível no GloboPlay, que traz depoimentos de Marcello, Pessutti e de amigos famosos como Xuxa, Roberto Carlos e Ana Maria Braga.
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