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Celebridades
Descrição de chapéu The New York Times

'Efeito J-Lo': Expressão mostra poder de Jennifer Lopez ao criar tendências

Força da atriz seria capaz de deixar seus parceiros mais atraentes

A atriz e cantora Jennifer Lopez na Fundação Robin Hood Krista Schlueter/NYT

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Sarah Bahr
The New York Times

Enquanto os fãs do reality show “Selling Sunset”, da Netflix, aguardavam uma nova temporada de conflitos interpessoais entre os integrantes de uma equipe de corretores de imóveis de luxo em Los Angeles, a mídia social tinha muito a oferecer sobre a série: planos de casamento, gestações, férias na Europa e relacionamentos incipientes.

Na semana passada, uma das estrelas de “Selling Sunset”, Chrishell Stause, revelou no Instagram que está namorando com Jason Oppenheim, o dono, com seu irmão gêmeo Brett, da corretora de imóveis de luxo em que ela trabalha. Stause legendou a mensagem, que incluía diversas fotos de uma viagem do elenco da série a Capri, Itália, com a frase “o efeito J-Lo”.

A legenda parecia ser uma referência ao carrossel recente de fotos de férias de Jennifer Lopez, 52, a última das quais a mostra beijando Ben Affleck. Mas a expressão surgiu pelo menos uma década antes da mensagem de Stause. Assim... o que ela quer dizer?

O efeito J-Lo é difícil de definir mas fácil de identificar. Em termos gerais, ele se refere às maneiras pelas quais Lopez desafia quase todos os padrões humanos (de beleza, sucesso, idade, flexibilidade, relevância, pode escolher). A expressão foi invocada em diversos momentos de sua carreira, para expressar, quase sempre, espanto e admiração.

Houve aquela ocasião em que, Lopez, aos 41 anos, persuadiu os produtores de “American Idol a lhe pagar US$ 12 milhões, cerca de R$ 62 milhões, por temporada para substituir Simon Cowell, o que criou uma verdadeira corrida do outro entre jurados, todos exigindo cachês semelhantes. “Isso é o que chamamos de o efeito J-Lo”, proclamou a revista The Hollywood Reporter.

E quando ela fez uma temporada de shows em Las Vegas aos 46 anos, o que às vezes indica decadência para um artista, Lopez ainda assim evitou qualquer efeito negativo na trajetória de seu sucesso. “É o efeito J-Lo”, foi a manchete da revista Las Vegas Weekly.

Quando ela fez uma apresentação espetacular no show do intervalo do Super Bowl, em 2020, aos 50 anos, o veredicto foi o de que “o efeito J-Lo foi em geral quase hipnótico”, escreveu Vanessa Friedman, crítica de moda do jornal The New York Times.

Andrea McDonnell, professora associada de comunicação no Providence College cujo trabalho examina as fofocas sobre celebridades, disse que a referência de Stause a Lopez “parece envolver a capacidade dela de estabelecer tendências, especialmente na mídia social”.

“Não é que relacionamentos não fossem anunciados via mídia social antes do ‘Bennifer’”, esclareceu McDonnell. “O ponto é que Lopez é uma figura cultural tão significativa que podemos vincular outras ocorrências às suas mensagens de mídia social, e compará-las”.

Mas a forma de uso de Stause também parece indicar uma nova conotação –a de que a companhia de Lopez serve para tornar mais atraentes os homens que ela namora. Um representante de Stause não respondeu a um email solicitando comentários sobre o que exatamente ela queria dizer com sua legenda no Instagram.

Representantes de Lopez não responderam a perguntas encaminhadas por email sobre se ela assiste a “Selling Sunset” ou está ciente de que seu nome agora está associado a um contexto de multiplicação dos atrativos masculinos.

Na verdade, que as fêmeas expressem interesse maior por um macho que já tenha parceira –especialmente uma parceira muito atraente– é um fenômeno que tem até nome científico, e se aplica a animais e seres humanos igualmente: cópia de escolha de parceiro.

“A ideia é de que o homem deve ter muito a oferecer se ele está saindo com uma mulher com tantas qualidades”, disse Jean Fitzpatrick, terapeuta de relacionamentos em Manhattan.

Ryan Anderson, pesquisador da Universidade Monash, na Austrália, que escreveu uma dissertação sobre a cópia de escolha de parceiros, disse que a interpretação do efeito J-Lo como uma ampliação dos atrativos de seu parceiro “tem muito em comum com o fenômeno”.

“Por estar em um relacionamento com uma mulher altamente desejável, um homem sinaliza que ele tem pelo menos alguns traços atraentes” disse Anderson. “Funciona mais ou menos como quando LeBron James endossa um determinado modelo de tênis de basquete”, ele acrescentou.

Que homens busquem se relacionar com mulheres bonitas a fim de desfrutar dos benefícios de seu brilho nada tem de novidade, disse McDonnell. Mas Lopez é diferente porque ela é pelo menos tão poderosa quanto Affleck, ou talvez mais, em termos de capital econômico e cultural.

Ela tem um patrimônio estimado em US$ 400 milhões, aproximadamente R$ 2 bilhões, e é a 56ª mais bem paga entre as celebridades do planeta, segundo a revista Forbes. E foi Lopez, que tem 168 milhões de seguidores no Instagram, ante os cinco milhões de Affleck, que revelou o relacionamento.

“Assim, foi ela que revelou seu romance, e que demonstrou poder de agência sobre a forma pela qual se apresenta”, disse McDonnell. “Embora Affleck possa se beneficiar disso, é claro”. E no caso de Stause e Oppenheim? A correlação é menos clara, disse McDonnell, porque Oppenheim é o chefe dela.

“Assim, embora Jason possa se beneficiar do mesmo tipo de brilho que J-Lo parece ter conferido a Ben, a dinâmica de poder no caso deles segue de mais perto as normas de gênero estabelecidas”, disse McDonnell.

Os efeitos positivos de namorar alguém tão distante da média humana quanto Lopez podem sobreviver a uma separação? “Não se sabe por quanto tempo mais uma pessoa continua a ser mais desejável [depois de uma separação] –por quanto tempo esse efeito de atração adicional se mantém”, disse Anderson.

“O que sabemos é que alguém que seja romanticamente desejável agora, em geral, é avaliado melhor do que alguém que foi desejável previamente”. Não diga isso a A-Rod [Alex Rodriguez]!

Traduzido originalmente do inglês por Paulo Migliacci

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