Sergio Marone diz que apresentação veio na hora certa: 'Gosto de desafio'
Hoje no Mestres da Sabotagem, ator tem filme pronto para lançar
Hoje no Mestres da Sabotagem, ator tem filme pronto para lançar
O ator e apresentador Sergio Marone, 40, encontrou um ponto de virada em sua carreira. No comando do reality culinário Mestres da Sabotagem (SBT), o artista agora pretende focar a apresentação e deixar a teledramaturgia em segundo plano, apesar de ter um longa-metragem pronto para estrear.
“Parece que foi pensado para mim, apesar de eu saber que não”, brinca o ator. Para ele, o reality traz muita identificação aos telespectadores já que “o brasileiro está sempre sendo sabotado”, diz, “seja em transporte público de péssima qualidade ou com uma educação ruim.”
“Estamos o tempo inteiro tendo que lidar com a criatividade e superar os nossos obstáculos e desafios, a vida não é fácil para gente, assim como a vida dos nossos chefes no Mestres da Sabotagem”, completa o artista em entrevista por telefone dada ao F5.
Marone diz que gosta de sair de sua zona de conforto e encarar desafios e que Mestres da Sabotagem veio numa hora perfeita. “Sempre gostei muito de desafios e toda minha carreira foi um pouco guiada por isso”, explica Marone que relembra sua saída da Globo para a Record.
Para ele, o programa pode lhe “trazer outros projetos também nessa área de apresentação”. Porém o ator ressalta que focar nessa faceta de sua carreira “não significa que eu nunca mais vou fazer dramaturgia”, completa ao dizer que está a cerca de três anos sem atuar em novelas.
“Pretendo ficar um tempinho ainda sem fazer novelas”, diz. “Quero fazer dramaturgia, mas em projetos menores”, explica, “vou continuar atuando, produzir dramaturgia que eu amo também. Não vou parar de fazer”.
O artista afirma que tem um filme já pronto para lançar, o "Jesus Kid”, baseado no livro de Lourenço Butarelli. No longa, Marone interpreta o cowboy que dá nome ao filme, cuja trama fala sobre o processo de escrita de um autor, Eugênio (Paulo Miklos), que criou o Jesus Kid.
O ator diz que o longa, dirigido por Aly Muritiba, é “divertidíssimo, uma comédia fora da curva. Tem um tom de humor bem diferenciado, sofisticado e uma crítica social e politica por trás”. Ele relembra que, por conta do financiamento, o filme demorou oito anos para ser produzido.
“Produzir cinema no nosso país não é fácil”, explica. Ele conta que conseguiram captar o dinheiro necessário “um pouco antes de sofrermos essa perseguição no mercado cultural, que naturalmente faz as pessoas refletirem, pensarem e se conhecerem”, diz, “tudo o que o nosso governo, principalmente o governo atual, não quer.”
Além de ator e apresentador, Marone também tem usado suas redes sociais para se manter conectado aos fãs durante a pandemia. Em seu Instagram, ele começou a compartilhar cada vez mais seus treinos para incentivar seus fãs e seguidores. “Eu também não tenho uma academia em casa, e treino.”
O artista conta que, para treinar, improvisou pesos. “Exige muito mais dedicação treinar sozinho em casa, sem o equipamento certo, mas é necessário e faz parte do meu bem-estar”, completa. Para ele, as redes sociais também servem para “plantar sementinhas”.
“Coisas que eu acredito que vão mudar as pessoas para melhor e agregar valor na vida das pessoas. Acredito muito nisso, então eu falo muito sobre bem-estar, saúde, meio ambiente e consumo consciente”, afirma.
Além de seu Instagram, o ator possui um canal no Youtube com mais de 88 mil inscritos. “Lá eu falo sobre tudo, isso já é um grande diferencial do canal”, conta. Os temas são os mais variados e vão desde sexo e minimalismo até lixo zero e consumo consciente.
Ele conta que passa suas mensagens de uma forma “simples, para que todo mundo consiga compreender. E positiva também, sem ficar alarmando”, explica sobre os assuntos ambientais. “Faço tudo basicamente sozinho, tenho uma pessoa que me ajuda a escrever e uma pessoa que me ajuda a editar os vídeos, dá um trabalho danado, mas é muito compensador.”
Marone afirma que durante a pandemia está em uma situação privilegiada, por isso tenta passar mensagens boas para que possa ajudar de alguma forma outras pessoas. Em seu canal, ele criou uma série de entrevistas chamada Só Coisas Boas.
“Foi um programinha onde cada episódio tinha um convidado especial. Tive a honra de receber Padre Fábio de Melo e Monja Coen”, relembra. “Foi uma coisa que me ajudou muito e acredito que ajudou muita gente que acompanhou.”
Os episódios estão disponíveis no canal do artista, que publica vídeos às segundas e quintas-feiras, às 18h. “Continuo falando só sobre coisas boas, mas com outros formatos”, comenta, “meu dom de comunicação me ajudou um pouco a salvar minha cabeça e manter minha sanidade mental.”
Apesar de estar longe das novelas, primeiro folhetim em que Marone atuou, “Estrela-Guia” (2001), está agora disponível no catálogo do Globoplay. A trama foi escrita por Ana Maria Moretzsohn e Patrícia Moretzsohn, e conta a história de amor entre Tony (Guilherme Fontes) e Cristal (Sandy).
O ator, que interpretou Santiago, afirma que não costuma rever seus trabalhos. “Eu sofro demais sempre que me assisto, não gosto. Sempre foi muito sofrível para mim, às vezes acho minha voz estranha, principalmente no começo da carreira.”
Apesar disso, ele fala que “devo dar uma bisbilhotada para ver quão cru eu era, quão moleque eu era nessa época”. Marone relembra que as primeiras cenas foram gravadas em Pirenópolis, cidade no interior de Goiás, e afirma que foi uma experiência fantástica.
“Estrelar uma novela que falava sobre todo esse recomeço dos anos 2000, a era de aquário, com grandes atores, que eu sempre admirei na minha vida toda, Sérgio Mamberti, Lilia Cabral e tanta gente brilhante”, relembra. “Vai ser legal de ver e relembrar esse momento da minha vida.”
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