Show de abertura foi o primeiro gol contra da Copa
Meses de ensaio, centenas de figurantes, milhões de dólares, e tudo isto para quê? Para uma cerimônia desenxabida, digna da Festa da Primavera de Taquara do Alto.
É verdade que as aberturas das Copas do Mundo não se comparam às das Olimpíadas. Não há desfile das delegações nem reconstituição de eventos históricos do país-sede. Umas dancinhas e já está bom: afinal, o que todo mundo quer ver é o jogo.
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Mesmo assim, o show que abriu os trabalhos da Copa de 2014 é sério candidato ao título de mais furreco de todos os tempos. É quase um acinte a Fifa produzir algo tão mixo num país acostumado ao esplendor dos sambódromos.
Com o Itaquerão ainda cheio pela metade, o espetáculo começou de repente, com pessoas vestidas de árvores e flores tentando ocupar o maior espaço possível dentro do campo. Não conseguiram: eram relativamente poucas para a amplidão do espaço, e a lona amarela que cobria o gramado só aumentava a sensação de vazio.
Dançaram, rodopiaram, "evoluíram", mas não conseguiram emocionar. Parte da culpa cabe à transmissão pela TV. Absolutamente todos os locutores de todos os canais que exibiam o show não pararam de falar um segundo, enchendo nossos ouvidos com detalhes imprescindíveis como o número de miçangas do maiô da bailarina no. 27.
Depois de "homenagens" à natureza, às pessoas e ao futebol do Brasil, chegamos ao ponto culminante da apresentação: "We Are One", a canção-oficial-que-não-pegou, cantada por Pitbull, Jennifer Lopez e Claudia Leitte.
Claudinha, coitada, que tanto "bullying" sofreu nas redes sociais, foi quem se saiu melhor. Teve 40 segundos a mais de glória cantando um trecho de "Aquarela do Brasil" antes da entrada em cena de seus colegas. E ainda sambou na cara de J.Lo, literalmente.
Mas esta nem deve ter ligado. Porque sua greve oportunista foi bem-sucedida: depois de anunciar na semana passada que não viria para São Paulo por causa de "problemas de produção", a diva aterrissou por aqui a tempo de rebolar na Arena Corinthians.
Sei, sei. "Problemas de produção". Só torço para que Jennifer tenha feito com a Fifa o mesmo que a Fifa fez com o Brasil: ameaçou tirar o time de campo se todas suas exigência$$ não fossem cumpridas.
Pelo jeito os cartolas arregaram, e não é que já estamos tendo Copa?
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