Renato Kramer

'Programa da Sabrina' estreia com muito carisma e pouco preparo

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Estreou na noite deste sábado (26) o alardeado "Programa da Sabrina" (Record), lançando a carismática "japa" Sabrina Sato como apresentadora solo.

"E aí, gente?! Olha que chique eu aqui! Oi, mãe, oi pai!", exclamou Sabrina logo ao entrar no palco. E esse foi o tom do programa inteiro. Uma mistura de "nem acredito no que está acontecendo" com "olha aonde eu fui chegar" que transbordava da nova apresentadora. Mas talvez esse seja o seu charme maior.

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As atrações do programa são atrações comuns de programas de auditório, ou iguais ou parecidas com tudo o que já se viu na televisão. Como diria o "Velho Guerreiro": "Na TV nada se cria, tudo se copia!".

A convidada de abertura foi a cantora Anitta, que cantou os seus hits recentes e foi levada às lágrimas ao receber o coral da igreja que participava antes do sucesso. Sabrina quis tanto elogiar a amiga que largou uma pérola: "Com essas recauchutadas que você fez ficou mais gata ainda, ficou com cara de rica!". "Só com a cara", retrucou a princesinha do funk.

Foi Anitta quem colaborou com Sabrina no quadro "Mão Boba", assumidamente copiado do "The Ellen DeGeneres Show". Quadro esse que mostra um certo despojamento da apresentadora, ao deixar que a convidada destruísse a sua maquiagem caprichada. "Anitta, você é muito ruim", queixou-se Sato toda borrada. "Eu tô parecendo o [palhaço] Bozo!", concluiu.

Na sequência, o quadro "Sabrina Esteve Aqui", no qual a apresentadora vai até um comércio de pequenas proporções para dar uma injeção de ânimo no negócio. Na estreia, Sabrina visitou um salão de beleza na zona leste de São Paulo. Muita emoção e, principalmente, a comprovação do carisma da apresentadora junto ao grande público.


No palco, um quadro um tanto longo testava casais para saber qual das esposas poderia afirmar que "Meu Marido É o Cara", enfrentando provas diversas para ganhar um prêmio de R$ 5 mil. Um certo exagero por parte da direção do programa permitiu que a plateia aplaudisse a cada frase de Sabrina, forçando uma animação exacerbada.

A parte mais interessante da estreia foi a entrevista com o humorista Tom Cavalcante, que reapareceu com a sua deliciosa personagem Jarilene (do bordão "com licença, obrigada!"). Tom contou a sua trajetória, falou sobre os motivos do seu afastamento e anunciou a sua volta à televisão em breve. Foi o comediante que afirmou ter certeza do sucesso da "japa" em seu novo trabalho pois a considera "a cara do Brasil".

Uma coisa é certa: as grandes empresas dificilmente dão ponto sem nó. Se o investimento em Sabrina é alto é porque obviamente ela já deu mostras de que pode compensá-los. É só diminuir o deslumbramento e aumentar o preparo —até porque algumas colegas suas de emissora também já tiveram experiências bem complicadas no início, que aos poucos a coisa deve fluir.

E depois, na televisão mais do que em qualquer outro lugar, "a voz do povo é a voz de Deus". E parece que o "povo tá com a japa e não abre"! "Vai que é tua", Sabrina!

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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