A minissérie "Amores Roubados" (Globo) mal começou e já roubou a cena da TV aberta. E motivos é que não faltam.

Baseada no romance "A Emparedada da Rua Nova", do pernambucano Carneiro Vilela, escrita por George Moura ("A Sereia"), a trama envolve o sommelier "Don Juan" Leandro (Cauã Reymond) e suas conquistas desmedidas.

Cauã se mostra muito à vontade no papel, esbanjando fotogenia, e ganha a telinha com o irresistível charme do seu "adorável cafajeste".

Quatro mulheres rondam a sua vida. E que mulheres!

A mãe Carolina, vivida pela sempre intensa Cássia Kis Magro, que consegue causar um forte estranhamento em cada cena que aparece, por mais simples que seja.

E entre as suas "musas", a jovem voluntariosa Antônia, trazendo uma Isis Valverde despojada e atrevida como o papel exige.

A sensual e provocante Celeste, com Dira Paes "arrebentando a boca do balão" com toda a sua voluptuosa "morenice".

E o discreto charme de Isabel, na naturalidade serena de Patricia Pillar: econômica e precisa em sua interpretação.

Só por esse time já dá para entender porque "Amores Roubados" vem arrebatando corações e muitos pontos na audiência.

Mas não para por aí: os grandes Murilo Benício (Jaime) e Osmar Prado (Cavalcanti) também estão no elenco. E um time de bons atores pernambucanos fecham a trupe com chave de ouro: Irandhir Santos (João), Tahysa Zooby (Ana Clara), Germano Haiut (Antônio) e Jesuita Barbosa (Fortunato).

No capítulo desta terça-feira (7), o sommelier garanhão deu muito trabalho para as suas "apaixonadas". Mesclando a beleza de um Alain Delon com a sensualidade de um Jean-Paul Belmondo, Leandro (Cauã) atiçou a jovem Antônia (Isis), esnobou a fogosa Celeste (Dira) e enredou em sua teia a discreta Isabel (Patrícia). "Respeita o moço!", como diria Tiago Leifert.

Sob a supervisão de Maria Adelaide Amaral, a sensível fotografia de Walter Carvalho e a direção geral de José Villamarim, a minissérie será apresentada em 10 capítulos. Bom texto, boas atuações, belo trabalho.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"