Toda trabalhada no dourado, a periguete Valdirene (Tatá Werneck) quase se recusa a ir à festa de casamento para a qual Carlito (Anderson Di Rizzi) a convidou.

É que o motor do "possante" do rapaz fundira e eles teriam que enfrentar o "busão" mesmo. Valdirene , que achou "fofo" o "palhaço" dizer que ela estava parecendo um abajur, acabou cedendo e pensando no investimento.

Já na entrada, ambos na função de recolocar as meias finas e os altíssimos sapatos dourados da moça, o casal foi "barrado no baile". Carlito era aguardado como garçom e não como DJ, como ele anunciara para Valdirene.

Mas acabaram entrando e a periguete foi logo decretando: "Aqui dentro é cada um por si!". Muito "prosecco" e muitas mentiras depois, Valdirene encontra um bom candidato a marido rico: um jovem cirurgião plástico. "Cirurgião plástico às vezes ganha muito bem, não?", comenta a moça que, mesmo um tanto alta pela bebida, não perde o foco nunca.

Ela arrasta o médico para fora da festa, não sem antes arrecadar uma porção generosa de "bem casados" para levar para a sua mãe. Fina, a moça!

Falando em mãe, Félix (Mateus Solano) fica furioso com a esposa Edith (Bárbara Paz) quando esta sugere que talvez o segredo da família seja uma traição de Pilar (Susana Vieira) e não do Dr. César (Antônio Fagundes). "Eu tô me segurando pra não te dar uma bofetada!", avisa o vilão afetado. "Pra qualquer filho, mãe não faz sexo!", conclui taxativo.

Félix tenta arrancar o segredo da boca de sua própria mãe, mas ela desconversa ainda uma vez. Ao invés de lhe contar o que quer que seja, Pilar prefere pedir-lhe que a ajude a escolher um par de brincos que combine com o colar novo que ganhou de César.

Como quem nada quer, Pilar vai ao consultório do marido agradecer à jovem secretária Aline (Vanessa Giácomo) por tê-lo ajudado a escolher a joia. Ela percebe que a moça usa uma bela gargantilha e pergunta-lhe se é nova. Aline mente, dizendo que ganhara há muito, mas que não a usava de medo, por ter que pegar o ônibus.

"Eu nem me lembro o que é tomar um ônibus!", esnoba Pilar. "Quem sabe um dia eu não chego lá?!", observa com firmeza a sedutora Aline. E parece que vai chegar... Se não exatamente "lá", vai ser muito perto!

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"