Com 'Terra e Paixão' e 'Amor Perfeito', personagens dados como mortos voltam a invadir novelas
Na mesma semana, Eliane Giardini e Paulo Gorgulho ressurgem das cinzas nas duas tramas
É um truque conhecido do público, mas nem por isso gera menos surpresa. A volta de personagens que eram considerados mortos e retornam à trama é um clássico das novelas, mas ainda costuma deixar os telespectadores sedentos por respostas: Como não morreu? Onde esteve esse tempo todo? Por que voltou justamente agora?
Nesta semana, duas tramas da Globo aderiram ao recurso (confira outros exemplos na galeria abaixo). Na faixa das nove, Agatha, personagem de Eliane Giardini, volta das cinzas para tentar reaver sua relação com o filho, Caio (Cauã Reymond). Já em "Amor Perfeito", no horário das seis, Leonel, vivido por Paulo Gorgulho, retorna depois após levar um tiro no começo da novela, logo depois de descobrir o caso da esposa, Gilda (Mariana Ximenes), com Gaspar (Thiago Lacerda).
Os enredos que envolvem esses ressurgimentos exploram a capacidade do elenco de interpretar mudanças dramáticas, como revela Giardini em bate-papo com o F5. "Nunca tinha feito alguém que morre e volta e está sendo gratificante, pois entro no meio da trama quando o núcleo já é conhecido. Dessa forma, minha entrada se torna muito esperada. É gostoso ter tantas possibilidades", diz.
Nos próximos capítulos, Agatha deverá entrar em conflito com o ex-marido, Antonio La Selva (Tony Ramos), e mudar de postura. "De amorosa e compreensiva, pode virar fria e calculista", antecipa. "Ela tem muitas camadas."
Duca Rachid, uma das autoras da novela das 18h, conta que a estratégia da "ressurreição" é "uma narrativa da dramaturgia que costuma mobilizar o público", pois "quem é fã anseia por esse momento". Segundo ela, a volta de Leonel já estava prevista na sinopse original como uma grande virada.
Seus colegas, os autores Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr., pontuam que o retorno de Leonel é a chance de o personagem corrigir sua postura inicial. No começo da novela, ele vetou o amor entre a filha, Marê (Camila Queiroz), e o médico Orlando (Diogo Almeida).
Eles consideram importante a volta para levantar debates sobre temas como o machismo e o racismo da época em que se passa a trama, entre os anos 1930 e 1940. "Essa transformação faz parte do nosso desejo de falar sobre a capacidade de aprender com posturas equivocadas. Leonel vai rever seus conceitos e aproveitar para recomeçar", afirma Fischer.
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