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The Voice Brasil: Participantes disputam final enquanto programa luta pela liderança

Concorrentes dizem que a pandemia não tirou brilho da nona temporada

De esq. para dir.:Ana Canhoto, Douglas Ramalho, Izrra e Victor Alves

De esq. para dir.:Ana Canhoto, Douglas Ramalho, Izrra e Victor Alves Artur Meninea/Gshow

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São Paulo

Com uma temporada lançada em plena pandemia, o show de talentos The Voice Brasil (Globo) chega à final de sua nona edição nesta quinta-feira (17). Não são só os participantes que estão concorrendo ao título de "a voz do Brasil" —o próprio programa está numa disputa acirrada com A Fazenda 12 (Record).

Tanto o programa comandado por Tiago Leifert quanto o reality show liderado por Marcos Mion, cuja final está marcada para o mesmo dia, venceram 9 vezes cada no confronto direto, ou seja, no momento em que eram exibidos concomitantemente (às terças e quintas-feiras). Os episódios derradeiros serão decisivos para saber quem ganhou essa briga pela audiência. ​

Apesar de todos os protocolos de segurança, os finalistas afirmam não terem se sentido menos motivados durante a temporada do programa de calouros da Globo. Neste ano, além da testagem constante, a atração não teve plateia presencial nem abraço entre eles e os técnicos Carlinhos Brown, Iza, Lulu Santos e Michel Teló, por exemplo.

"Foi uma experiência diferente", afirma, em entrevista ao F5, Douglas Ramalho, do time Teló –o cantor sertanejo venceu as cinco últimas temporadas. "Como artistas, tudo o que queremos é estar no meio das pessoas. Com a plateia, sentimos o calor das pessoas, mas também nos sentimos felizes de fazer um show particular para os técnicos. A gente ama esse calor, mas entendemos ser o momento de levar isso muito a sério, temos que ser exemplo para as pessoas."

​O curitibano, que está preparando uma música que não está em seu repertório para a última apresentação, diz que o programa já mudou a vida dele. Em outubro de 2019, ele largou o emprego no comercial de um centro de eventos para se dedicar exclusivamente à música, mas aí veio a pandemia e ele começou a vender tortas para sobreviver.

"Mudou não só na minha vida como cantor, mas como empresário", afirma ele, que ainda faz sucesso com a venda dos doces. "Foi um divisor de águas. Comecei com intuito de sobreviver, por que estava sem poder trabalhar com música, então tive que me reinventar. Então, já me sinto muito vitorioso."

O discurso é endossado por Ana Canhoto, finalista do time Lulu. A paulista de Bebedouro garante que não tinha expectativa de chegar até a final. "Nem esperava que fosse virar uma cadeira para mim", diz sobre a primeira fase do programa. "Até agora estou sem acreditar que sou uma das finalistas."

Ela passou para a final com uma vantagem de apenas 0,2%, ultrapassando os concorrentes graças aos pontos dados pelo técnico. Por isso, ela diz que há uma ansiedade extra na apresentação. "Mas passar com a confiança do técnico e do público me deixa mais confiante também", afirma.

A concorrente ensaia uma música que já está em seu repertório e diz ser uma canção bem conhecida. Ela agradece ao programa não apenas pela mudança profissional —ela trabalhava na área financeira de uma farmácia, além de cantar em casamentos e de dar aulas de canto—, mas também pessoal. "Não tive mais crises de síndrome do pânico desde que entrei no programa", conta. "Cheguei a pensar que poderia me atrapalhar na competição, mas foi todo o contrário. O programa foi um start para superar essa questão."

Victor Alves, do time Iza, é outro que não quer mais voltar a trabalhar com outra coisa que não seja o palco. "Trabalhei fazendo entregas e fiz alguns outros trabalhos por fora, mas meu foco agora é viver de música, e continuar", diz. "Subir naquele palco e poder mostrar a minha música para o Brasil inteiro é incrível", afirma o carioca, que já tem sido abordado por fãs pela participação no programa. "No shopping e na rua, as pessoas te reconhecerem. Sempre quis viver isso. Agora não me vejo vivendo de outra coisa."

Adepto do pagode, ele promete surpreender na final. "Vai ser algo muito diferente do que as pessoas esperam", garante. E ele diz que a experiência na totalidade , mesmo com as limitações da pandemia, valeu à pena. "Mesmo não podendo ter tanto contato, aquele calor brasileiro, consegui aproveitar demais", afirma. "Estou super feliz de estar fazendo parte da história, todos nós que participamos, porque foi uma temporada única."

Já Izrra, que é o finalista com mais seguidores em redes sociais (pouco menos de 100 mil), diz que o contato físico foi substituído de alguma forma durante a temporada. "Foi muito prazeroso ser abraçado pelo Brasil, não de uma forma física, mas mentalmente tenho certeza de que sim", diz. "É muito bom, estão me enxergando como uma forma de representatividade, principalmente as pessoas pretas", alegrou-se.

O carioca, que trabalhava entregando as roupas feitas pela mãe, que é costureira, diz que o estilo veio dela e também do pai, que sempre gostou de se vestir bem. A mãe, aliás, será homenageada na canção que ele vai apresentar na final. "Nunca cantei essa música, mas sempre gostei", adianta.

E ele gosta de cantar músicas que têm significados especiais para ele. Na semifinal, por exemplo, foi "Zero", de Liniker. "É uma música que me ajudou a sair da depressão", compartilha. "No ano passado, ouvia a música no meu quarto ,e me trouxe uma autoestima que eu não tinha."

Com um EP sendo finalizado, independentemente do resultado da final, Izrra diz que a participação no programa também foi responsável por mudar a sua confiança. "Não é que eu não acreditava em mim, mas as coisas sempre foram tão difíceis que eu tinha me acostumado", lamenta ele, que no ano passado estava na plateia do programa e agora pode ser o grande vencedor.

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