The Voice Brasil chega à 9ª temporada e tenta manter a essência em meio à pandemia
Jurado mais vitorioso, Teló diz que técnicos 'disputaram palco' com talentos
Jurado mais vitorioso, Teló diz que técnicos 'disputaram palco' com talentos
Tentando manter a essência em meio às mudanças impostas pela pandemia de coronavírus, The Voice Brasil estreia sua nona temporada nesta quinta-feira (15) na Globo. A competição musical vai ocupar a faixa depois de "A Força do Querer" às terças e quintas (com reprise às quartas e sextas no canal pago Multishow) com uma nova leva de candidatos e algumas adaptações.
A temporada, que começa com as Audições à Cega, tem 64 vagas para serem preenchidas pelos técnicos Carlinhos Brown, 57, Iza, 30, Lulu Santos, 67, e Michel Teló, 39. O vencedor, que deve ser revelado em 17 de dezembro, receberá um prêmio de R$ 500 mil e um contrato com a gravadora Universal Music.
"Essa é uma temporada excepcional em todos os sentidos", afirma o apresentador Tiago Leifert, 40, durante evento virtual de apresentação da nova temporada para a imprensa, do qual o F5 participou. "[Mas] na prática, mudou muito pouco. Para mim foi uma experiência muito próxima do normal."
Apresentador também do BBB 20, que estava no ar quando a pandemia estourou e teve que se adaptar rapidamente aos novos protocolos sanitários, Leifert diz que hoje já está todo mundo mais familiarizado com os cuidados de prevenção à Covid-19. "Desde o BBB, os protocolos evoluíram muito conforme o entendimento da doença."
O "novo normal" do programa começou já nos vídeos que mostram a rotina dos participantes em suas cidades natais, que foram produzidos de forma remota. A Globo informa ainda que os candidatos fazem testes constantemente, ficam hospedados sem contato uns com os outros, usam camarins individuais e mantêm distanciamento durante a circulação nos bastidores. Assim como o restante do elenco.
Leifert diz que só não se acostumou ainda com o teste de PCR, em que é preciso "enfiar um cotonete na sua alma" para colher a amostra que será testada para a doença. "Parece que estão enfiando um fósforo aceso no seu nariz", diz em tom de brincadeira.
No estúdio, os candidatos também já não recebem aquele tapinha nas costas de Leifert ou de Jeniffer Nascimento, 27, antes da apresentação, já que a conversa ocorre com uma barreira de acrílico entre eles. A atriz, que auxilia na condução do programa e nas entrevistas aos candidatos nos bastidores, diz que, em alguns momentos, não estará mais no palco, pois há limite de pessoas.
Mesmo assim, ela diz que continua a acolher quem não é selecionado. "Infelizmente, não vai ser possível dar aquele abraço caloroso nos candidatos", lamenta. "O desafio é como trazer esse consolo sem ser fisicamente. Tenho tentado entender o que mais a gente pode fazer nesse momento."
Também não há mais a presença de familiares nos bastidores —sempre havia pelo menos uma pessoa, que era mostrada nos bastidores até alguém virar a cadeira. Leifert considera que isso foi um ganho, já que agora mais pessoas próximas podem acompanhar o candidato de casa. Elas aparecem no programa por um telão. "Isso vai ficar para sempre, é algo que a gente nunca mais vai perder", conta.
O mesmo ocorre com a plateia, que estará presente somente de forma digital. A emissora diz que está usando um recurso que combina imagem, luz e som, o que dá aos candidatos a sensação de estarem diante do público.
"É um lugar que teoricamente estaria vazio, mas está cheio de presença", afirma o diretor artístico Creso Eduardo Macedo. "A plateia reage ao que está acontecendo dentro do estúdio, a sensação que a gente tem no estúdio é igualzinha ou até melhor."
"Tudo está sendo feito estritamente dentro do protocolo dos Estúdios Globo, mas sem perder o calor", acrescenta. "Os desafios vêm e a gente, criativamente, tenta fazer com que o show continue. Vai ser um sopro de ar gostoso entrando na casa da gente."
Os abraços após os participantes serem selecionados por um dos técnicos também estão fora de cogitação. "A gente fica encontrando outras formas de se encontrar, criamos até um abraço à distância e está funcionando", adianta Carlinhos Brown, um dos jurados da temporada.
O músico, que volta ao programa na cadeira que era ocupada por Ivete Sangalo, 48, diz que as gravações estão sendo "um grande teste de resiliência, de como buscar o novo e se portar em segurança". "Tem muita coisa que eu estou levando para o dia a dia."
As sessões dos participantes com os técnicos também ocorrem apenas virtualmente. "Não há encontros presenciais, o primeiro encontro foi feito de forma remota", diz Lulu Santos, único jurado a participar de todas as temporadas do reality.
Ele ressalta que os candidatos não estão sendo menos acolhidos por causa disso. "Cada um de nós [técnicos] tem uma equipe de produção específica para acompanhamento das vozes", revelou. "O principal cuidado é que essa gente esteja se sentindo atendida."
"A gente tem se adequado a tudo isso", relativizou a cantora Iza, que é jurada pelo segundo ano seguido. "Toda a equipe, toda a produção fez um esquema incrível para que pudéssemos fazer parte disso com a maior segurança possível."
A sensação de tranquilidade é tanta que acaba criando a ilusão de que nada está acontecendo do lado de fora do estúdio. "Por alguns segundos, até esquecemos um pouco que está vivendo essa loucura toda", relata.
Sem a possibilidade de fazer show desde o começo da pandemia, Michel Teló (cujo time venceu todas as cinco temporadas anteriores), contou que os técnicos ficaram empolgados de poder apresentar músicas também no palco do programa. "É uma oportunidade num ano tão difícil de levar coisa boa para o público e para nós também", comemora.
"Neste ano a gente praticamente não pôde subir num palco", explica. "Foi emocionante a nossa primeira gravação do nosso musical. Até pedimos para o diretor: 'Dá para cantar mais um pouquinho?' Sentimos saudades do que a gente ama fazer."
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