Dilsinho diz que ser pai deu sensibilidade para seu disco mais importante
Cantor lançará até dezembro álbum completo com função social
“A paternidade, ainda mais de menina, me trouxe mais sensibilidade, é tudo muito novo. Você começa a ter um olhar diferente para a vida e para as questões que chegam até você."
É dessa forma que o cantor Dilsinho, 29, resume o momento que vive. Pai de Bella, de pouco mais de um mês, ele acaba de lançar “Garrafas e Bocas”, disco de inéditas que faz um retorno ao início da trajetória do artista carioca e cuja parte da renda ajudará profissionais do setor de bares e restaurantes do Rio.
Com o projeto, Dilsinho percorreu diversos bares dos quatro pontos do Rio de Janeiro, tal como ele estava acostumado a fazer aos 14 anos quando começava a trilhar sua carreira no pagode romântico.
“Em 2020 eu tinha lançado um DVD importante [‘Open House’] com expectativa alta. Pela pandemia, não fiz nenhum show dele e isso mexeu comigo. Queria fazer a diferença e ter relevância na vida das pessoas. Foi então que comecei a compor músicas e vi que elas tinham a ver com a época em que comecei”, afirma.
E foi depois de visitar o primeiro estabelecimento onde fez seu show inicial que surgiu a ideia do disco. Paralelo a isso, ele percebeu que as pessoas que uma vez já o ajudaram agora precisavam de auxílio. Muitos desses locais já estavam com as contas abarrotadas pelo fraco movimento. Dilsinho juntou o útil ao agradável.
“Além das músicas, esse projeto visa dar voz a essas pessoas. Todos esses papos viraram um documentário [a ser lançado no próximo dia 18]”, explica.
“O fato de fazer esse projeto que reúne música com projeto social tem ligação direta com a minha filha ter nascido. Eu tenho encarado isso como um novo momento, o de olhar com mais carinho ao próximo”, completa.
O álbum será dividido em quatro partes. A primeira delas está sendo lançada em setembro e a última será em dezembro. As músicas “Porre”, “Vizinha” e “Prisioneiro” já podem ser ouvidas nas plataformas digitais, as duas primeiras já com clipe. O vídeo de “Prisioneiro” está marcado para sair no próximo dia 10.
“As pessoas conseguiram entender a mensagem do disco e o sucesso da primeira música, ‘Porre’, é a cereja do bolo. Fiquei feliz com a aceitação. Esta já está entre as mais tocadas do país nas rádios”, comemora. A canção já tem mais de 1,6 milhões de visitas no YouTube.
O disco conta com as participações especiais de nomes como Péricles e Zé Neto e Cristiano. E ainda há um terceiro nome que só será revelado na última parte do álbum. Faz parte do mistério, da surpresa.
Por tudo o que envolve, diz Dilsinho, “‘Garrafas e Bocas’ é o disco mais importante da minha vida”. Segundo ele, a nova leva de músicas demonstra seu amadurecimento musical.
“Quanto mais gente ouvir mais essas pessoas dos bares e restaurantes afetados pela pandemia vão ser ajudadas. Estou num momento de carreira importante e esse projeto é necessário. Com certeza terei muito orgulho de mostrar à minha filha.”
DESAFIOS DE SER PAI DE MENINA
Antes de a pandemia dar as cartas e mudar tudo, o cantor Dilsinho estava acostumado a trocar o dia pela noite. Em média, eram 20 shows que ele fazia por mês, e quando ele voltava para casa tinha de conciliar o tempo entre ficar com a família e descansar até a próxima maratona de apresentações.
Mas a chegada da pequena Bella, no dia 27 de julho, fruto de seu relacionamento com Beatriz Ferraz, fez com que ele voltasse a ter uma rotina noturna agitada.
“Minha filha não dorme de noite. Em outra época seria mais fácil, mas estou dois anos sem shows e já ajustei meus horários. Só que agora é ela quem me devolveu as madrugadas em claro. Aproveito para compor musicas quando ela dorme”, revela Dilsinho sobre sua primeira herdeira.
Apesar de não poder trabalhar como gostaria, o artista celebra o fato de poder estar mais conectado com a sua família. “Estou bem feliz com cada descoberta. Tive a oportunidade de acompanhar o parto e se estivesse naquele ritmo acelerado de viagens não teria tido essa chance. Encaro tudo pelo melhor lado”, afirma.
Dilsinho tem uma família grande. Seu pai teve 14 irmãos e em época de Natal, grande parte dos mais de 60 primos que o cantor tem costuma se encontrar para as comemorações.
Portanto, pensar em fechar a fábrica parece estar fora de cogitação. “Com essa pandemia, fico pensando como seria o Natal da minha filha. Então vou querer daqui uns anos aumentar a minha família para ela sentir o amor que eu sentia no final do ano com mais gente reunida na mesa grande da sala”, revela.
E por falar em pandemia, esses dois anos em que o mundo parou e mudou para sempre trouxeram ao artista uma nova concepção sobre planos e futuro. Segundo o carioca, a partir de agora ele não vai mais se permitir olhar para o futuro e projetar seus próximos passos.
“Eu estou ressignificando as coisas e dando mais valor às conquistar atuais. Encaro hoje como meu principal sonho e objetivo estar com quem eu amo. Rezo todos os dias para eles terem saúde. Assim eu também estarei feliz. Do lado profissional, a cada dia eu me realizo mais”, conclui o músico.
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