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X de Sexo Por Bruna Maia
Descrição de chapéu Todas

Ponto C: Largo ou frouxo, todos merecem carinho

Discussão no BBB 24 não teve tensão sexual mas me fez refletir sobre o prazer anal

Em foto colorida, duas mulheres discutem na academia
Fernanda e Alane discutem na academia: 'Vai costurar suas pregas', disse a niteroiense - Reprodução/Globo
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Fernanda demonstrou uma fixação anal nesses últimos dias de BBB 24. Em uma discussão que começou com alfinetadas, escalou para ofensas mútuas e terminou em uma baixaria que lembrou os primórdios do programa, ela colocou ELE na roda: o cu. Alane, que pareceu não ter problemas na hora de debochar da flexibilidade da colega, ficou tocadíssima quando a outra falou de seu tônus muscular.

Começou a gritaria e, entre vários xingamentos, Fernanda chamou a bailarina de cu largo, cu frouxo, disse para ela costurar as pregas. O pessoal de Niterói, cidade da sister, explicou que a moça apenas usou e abusou da "gíria regional", tendo em vista que, por lá, o cu está na boca do povo a todo momento.

É verdade que, quando Fernanda mandou Alane costurar as pregas, se referia a um episódio fisiológico em que a bailarina entupiu o vaso. Mas essa é uma coluna de sexo, e sabemos muito bem que a diferença entre cagar e dar o cu é apenas vetorial. A questão é que o vetor de entrada pode ser dolorido para algumas pessoas. Aproveitando a versatilidade desse democrático orifício (todo mundo tem), decidi dar algumas dicas nessa coluna baseadas na minha experiência íntima e pessoal.

Em primeiro lugar, precisa de consentimento. Então se você quer brincar com o cu alheio, pergunte se a pessoa gosta. Se você gosta que brinquem com o seu, peça. Meu conselho pessoal é que você se permita explorar o entorno porque pode ser extremamente prazeroso.

O cara que chega tentando enfiar o pau sem algum preparo provavelmente vai falhar. Para o cu vale a mesma regra que vale para o sexo de forma geral: dedos, língua e cuspe são ferramentas importantíssimas de prazer, e lubrificante a base de água é uma mão na roda. A região anal deve ser incluída como parte do ato desde o começo, com carícias, lambidas (importante tomar um banho antes), dedadas.

Alguns dos melhores orgasmos que já tive na vida envolveram meus parceiros chupando meu clitóris (veja bem, já namorei homens lixo, mas pelo menos todos sabiam achar meu grelo), enfiando dedos na minha vagina e no meu cu ao mesmo tempo. O estímulo triplo dá a sensação de que tudo está no lugar. E, para a pessoa ativa, é sempre muito legal perceber o orgasmo do parceiro chegando assim: tudo lateja ao mesmo tempo. O sexo anal, assim como o sexo de forma geral, não deve estar restrito ao falo, certo?

O uso dos dedos é também uma forma de relaxar os músculos da região para facilitar a penetração com o pênis ou com consolos depois. Uma coisa muito legal é o uso de plugs anais. Eles estão disponíveis em vários tamanhos em lojas de produtos eróticos.

Para começar, convém o menorzinho, de silicone. Depois de algumas dedadas, vale caprichar no lubrificante e pedir para o seu parceiro colocar o plug. É gostoso que ele fique ali durante o sexo oral ou a penetração vaginal por exemplo. Ele também ajuda bastante a dilatar –o cu fica mais largo e aí fica mais fácil a entrada de itens de maior porte (não enfiem legumes e objetos que não tenham sido projetados pra isso, ok?).

Como eu disse, essa coluna é sobre minha experiência pessoal. E, por isso, tenho de falar do poppers. Trata-se de uma droga recreativa inalável cujos efeitos lembram lança-perfume. Na Europa, poppers é legalizado e pode ser comprado em qualquer sex shop, mas o mesmo não acontece aqui. Um de seus efeitos é afrouxar o cu e tornar o sexo anal mais fácil.

Porém, com o Carnaval chegando e no espírito da redução de danos, vale o alerta. Poppers pode causar tontura, queda de pressão, desorientação e pode ter efeitos neurotóxicos no longo prazo. Se você for utilizar mesmo assim, faça perto de pessoas em quem você confia e não aceite drogas de estranhos, ok?

Agora é hora de curtir os blocos sem ninguém costurar as pregas de ninguém.

X de Sexo por Bruna Maia

Bruna Maia é escritora, cartunista e jornalista. É autora dos livros "Parece que Piorou" e "Com Todo o Meu Rancor" e do perfil @dabrunamaia nas redes sociais. Fala de tudo o que pode e do que não pode no sexo.

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