Para que transar com o ex se você pode se vingar como Shakira?
Pelo acúmulo de sacanagem, dou todo o meu apoio à cantora
Às vezes você está lá achando que a vida de solteira é divertida, mas bate aquele cansaço de sexo casual que volta e meia é ruim, aquele inferno que é a burocracia dos aplicativos. E você lembra daquela transa gostosa com a pessoa que sabia qual botão apertar. Ou que nem era tão boa de cama assim, mas a ideia de algo confortavelmente conhecido, ainda que meia bomba, parece atraente.
Aí você pega seu celular e se humilha, manda aquela mensagem pro ex dizendo "precisamos conversar" e então você começa conversando civilizadamente, quando vê está mamando e depois está destilando mágoas e quando vê está fazendo sexo com raiva e aí esse ciclo se repete durante a noite toda ou um fim de semana todo e depois você se olha no espelho e pensa: POR QUÊ?
Quando o cara manda bem na cama, na mesa da sala, no sofá, a gente engancha na piroca. Ou nos dedos. Ou na língua. Quem já tomou uma rolada sabe que é difícil encontrar alguém que te faça gozar como ele. Pode ser o cara mais legal, mais bonzinho do mundo, e você vai sentir falta daquela chupada específica e do ritmo da meteção do seu ex e aí haja terapia pra não entrar naquela relação tóxica de novo.
Vá lá, às vezes o relacionamento era legal, acabou bem, os dois viraram amigos que transam, mas, de acordo com os dados do meu coração, recaída com ex dá merda em 93,8% das vezes. Principalmente se no histórico da pessoa está ter levado a amante pra trepar na sua cama e ela ainda ter tido a pachorra de comer sua geleia. Se fosse a Shakira, eu até perdoaria uma escapada do Piqué sentando até precisar de três potes de Minancora em um daqueles dançarinos de show de diva pop. Mas perdoar quem enfiou a outra na minha casa? Para comer o meu docinho? Jamais.
Ok, tudo se resolveria com poliamor e socialismo, você pode estar pensando. Mas quero ver mesmo o ser mais evoluído e não monogâmico passar por isso e ainda ter que lidar com uma dívida na receita federal e com o fato de ser vizinho da sogra.
Pelo acúmulo de sacanagem, apoio a Shakira. Não gostei da música BZRP Music Session 53, achei a melodia um tanto pobre e comparar a outra com um relógio barato ou um carro feio não é das coisas mais elegantes a se fazer. Porém muito provavelmente eu faria o mesmo, usando as armas que tenho —a literatura, os quadrinhos, quem sabe essa coluna. "Faria" não. Confesso que já fiz muitas e muitas vezes. Talvez eu tenha construído minha carreira em cima do rancor contra ex babaca, na linhagem de Taylor Swift, só que bem menos rica que a loura.
E olha: recomendo. É uma delícia, bem melhor que perdoar. Quando você conhecer e compreender o movimento cultural female rage, em que artistas usam cada vez mais a raiva acumulada durante gerações de patriarcado para produzir suas obras, talvez você reveja o papo de coach espiritual que diz para só enviar energias "boas" para o universo.
Eu entenderia se aquele furacão colombiano voasse para Barcelona para lamber e ser lambida pelo jogador de futebol. Piqué é um gostoso mesmo. E acho que uma mulher como Shakira não teria ficado dez anos com um homem que, segundo ela mesma, é meio burro se ele não tivesse talento para a safadeza. Ainda assim ela optou pelo melhor caminho: deixar aquele babaca para trás, transformar todo ódio em arte e levar seu waka waka para outras bandas. E não mandou nenhuma indireta, né? Foi tudo muito direto.
Só se comunique com seu ex otário por meio de diretas artísticas e, se necessário, de um bom advogado. Para gozar existe o sugador de clitóris
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