Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Tony Goes

Vamos ser honestos: Filho de Faustão merecia ter ganho a Batalha do Lip Sync contra filho de Gugu

João Silva e João Liberato se enfrentaram no quadro do Domingão com Huck

João Guilherme Silva e João Augusto Liberato na Batalha do Lip Sync - Leo Rosario - 8.out.2023/Globo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Anunciado com fanfarra, o duelo entre João Guilherme Silva, filho de Fausto Silva, e João Augusto Liberato, filho de Gugu Liberato, no quadro Batalha do Lip Sync, foi o ponto alto do Domingão com Huck (Globo) deste domingo (8). Teve momentos engraçados e emocionantes, e virou um tributo a dois dos nossos maiores apresentadores de todos os tempos. Só que acabou em pizza.

Não houve um vencedor. Na hora de anunciar o resultado, Luciano Huck disse que a eleição havia sido "impugnada", "por mérito familiar e pela história da TV brasileira". Todo mundo riu, chorou, se abraçou, e ficou por isto mesmo.

Vamos ser honestos: João Guilherme, que acumula mais de um ano de experiência no vídeo como coadjuvante do pai no Faustão na Band, deu um baile em João Augusto.

Em defesa do filho de Gugu, é importante ressaltar que ele estuda comunicação e administração de empresas nos Estados Unidos, e que nunca manifestou o desejo explícito de seguir os passos do pai.

Já o desinibido João Guilherme quer ser apresentador desde o dia em que nasceu. O Domingão exibiu diversas cenas dele em frente às câmeras, em idades diferentes, deixando clara sua desenvoltura desde a mais tenra infância. Além do mais, o rapaz está realizando seu sonho: o Programa do João estreia na Band na tarde do dia 21 de outubro, dirigido ao público jovem.

Em seu primeiro número, João Augusto seguiu a mesma estratégia de Tiago Abravanel algumas semanas atrás. Quando se apresentou na Batalha do Lip Sync, o neto de Silvio Santos homenageou o avô, dublando "A Pipa do Vovô". O auditório veio abaixo.

O filho de Gugu apelou para dois "clássicos" do pai, "Baile dos Passarinhos" e "Pintinho Amarelinho". Sua performance foi correta. Ele não errou a coreografia. Mas não consegui transmitir carisma e empolgação. Parecia que tinha perdido uma aposta e que agora era obrigado a pagar um mico.

No segundo número, João Augusto dublou "A Dor Desse Amor" do KLB com a presença do próprio KLB. Novamente, foi morno, deixando à banda a missão de cativar a plateia.

Faustão nunca cantou musiquinhas bobinhas em seus programas, portanto João Guilherme não tinha nenhum "clássico" do pai ao qual recorrer. Atacou então de Wando e de Luan Santana, se mostrando plenamente à vontade e com muito mais ginga e charme do que seu adversário. Sua vitória parecia ser uma barbada.

Será que foi? Será que o pessoal do auditório chegou a votar e, quando a direção do Domingão viu que o resultado seria humilhante para João Augusto, preferiu "impugnar" a eleição?

Duvido. O mais provável é que nem tenha ocorrido eleição nenhuma. A Globo queria mesmo era homenagear Gugu e Faustão e não reviver, através de seus filhos, a disputa de duas décadas atrás. Deu certo, e os depoimentos de familiares e o material de arquivo contribuíram para aumentar o tom emotivo.

Também é louvável que SBT e Band tenham sido citados claramente pelos nomes, algo impensável na Globo de algum tempo atrás. O perfil do SBT no Instagram transbordou de elogios à concorrente. Aliás, transparece um certo clima de amizade entre as emissoras –algo que a Globo não tem com a Record.

O próprio Faustão deu as caras, num vídeo pré-gravado, elogiando o filho. E também à casa onde trabalhou por mais de 30 anos, e de onde saiu, dois anos atrás, não exatamente nos melhores termos.

Conclusão: a Batalha do Lip Sync deste domingo foi mais um episódio marcante, talvez histórico. A disputa entre os dois Joões foi marmelada? Sim, foi, mas tudo bem. Pelo menos, deixou evidente o potencial que tem João Guilherme. O rapaz já começa a desenvolver uma personalidade própria diante das câmeras, sem imitar o pai. Olho nele.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem