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Thiago Stivaletti

Além de 'O Diabo Veste Prada', outros clássicos dos anos 2000 merecem uma sequência

Mal posso esperar por 'Os infiltrados 2' rodado no Brasil e 'Psicopata Americano 2', estrelado por Donald Trump

Meryl Streep em 'O Diabo Veste Prada' (2006) - IMDB / Divulgação
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Dizem que as ondas retrô que invadem a nossa cultura de tempos em tempos costumam voltar para duas décadas antes. Os anos 80 tiveram o seu revival de anos 60, os anos 90 tiveram uma febre de anos 70 e assim por diante. Por isso, não me surpreende que estejamos começando a ver no cinema uma onda que olha para os já distantes anos 2000.

Em novembro, teremos a aguardada sequência de "Gladiador", vencedor do Oscar de melhor filme em 2001. Ridley Scott volta à direção, desta vez tendo como seu guerreiro protagonista o irlandês Paul Mescal (de "Aftersun"), o chileno Pedro Pascal ("The Last of Us") como um poderoso general romano e Denzel Washington como um poderoso traficante de armas. O primeiro trailer do filme foi um dos mais vistos na internet na semana passada.

E eis que, de repente, outra notícia maravilhosa: Miranda Priestley, a poderosa editora de moda vivida por Meryl Streep em "O Diabo Veste Prada", vai voltar a destilar sua arrogância numa sequência que está sendo preparada pela Disney. Quer dizer... prefiro segurar a alegria porque até agora nem Meryl nem Anne Hathaway, que viveu a aprendiz Andrea Sachs, garantiram presença no novo filme –e Anne já declarou que não gostaria de voltar ao personagem. Se alguma delas não topar, os fãs hão de concordar que é melhor ver essa sequência na gaveta.

Como o cinéfilo é uma pessoa ansiosa por definição, dediquei meus últimos dias a imaginar sequências doidas para outros sucessos dos anos 2000:

'Bastardos Inglórios 2' – Nesta sequência de Quentin Tarantino passada nos dias de hoje, um grupo de soldados ucranianos não sossega enquanto não matar Putin e todos os principais comandantes russos que atacam seu país. O próprio presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que era comediante antes de ser político, vive o protagonista.

'Psicopata Americano 2' – Como nos últimos anos sobram histórias de homens brancos, tóxicos e violentos, não ia cair mal uma sequência para o serial killer farialimer vivido por Christian Bale. Décadas se passaram, e agora um velho Patrick Bateman é vivido por ninguém mais ninguém menos que Donald Trump, assassinando e escondendo o cadáver das atrizes pornô que ameaçam denunciá-lo à Justiça.

'Os Infiltrados 2' – O superfilme policial de Martin Scorsese, Oscar de melhor filme em 2007, ganha uma sequência aqui mesmo, no Brasil. José Padilha, diretor de "Tropa de Elite", acompanha um infiltrado da Abin paralela, que, durante o governo Bolsonaro, monitorou ligações e mensagens de ministros do Supremo, do presidente da Câmara e quem mais incomodasse o grande chefe. Mário Frias ganha o papel do protagonista, num exercício inovador de metalinguagem.

'Náufrago 2' – Tom Hanks volta à ilha deserta onde foi parar 24 anos atrás, na qual tinha como única companhia uma bola de vôlei. Mas agora as coisas estão um pouco diferentes: ele se tornou um famoso influenciador digital que grava vídeos no Reels sobre como lidar com a solidão. A Netflix o contrata para voltar à ilha e protagonizar um reality show de sobrevivência. Mas desta vez, o desafio é muito maior: ele precisa levar seu chefe junto e conviver só com ele por 90 dias. Nosso querido Tom não aguenta o convívio por mais de uma semana e prefere voltar a nado para a civilização.

'Alta Fidelidade 2' – No filme original, John Cusack era Rob Gordon, sujeito com 30 e poucos anos que insistia na sua loja decadente de discos em vinil e completamente imaturo na relação com as mulheres. A sequência mostra Rob agora com quase 60. A loja faliu há muitos anos e hoje, ainda falido, ele se dedica a montar playlists no Spotify e compartilhá-las com os amigos sem ganhar nenhum dinheiro com isso. Quanto às mulheres, a coisa só piorou: se antes elas visitavam a loja, agora o papo é só no Tinder e no Bumble. Desiludido com a idade, ele mantém no perfil uma foto de 30 anos atrás, e evita encontros presenciais porque... enfim, ele já sabe que não vai dar certo mesmo.

Thiago Stivaletti

Thiago Stivaletti é jornalista e crítico de cinema, TV e streaming. Começou a carreira como repórter na Folha de S. Paulo e foi colunista do portal UOL. Como roteirista, escreveu para o Vídeo Show (Globo) e o TVZ (Multishow).

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