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Rosana Hermann
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Não basta ser famoso, tem que ser gente boa

Fabio Porchat, Ivete Sangalo, Paulo Vieira e Sabrina Sato estão entre os exemplos positivos; por outro lado, confira aqui quem poderia estar incluído em listas de artistas menos simpáticos

Da esq. para dir.: Ivete Sangalo, Fabio Porchat, Sabrina Sato e Paulo Vieira - Globo/Divulgação
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Pessoas famosas, assim como todos nós, têm todo direito a ter seus dias de mau-humor. Só que para alguns artistas esses dias são praticamente todos.

Durante os anos em que trabalhei em produções de programas de televisão, conheci muita gente famosa. A maioria sempre teve noção da importância de seus fãs em suas carreiras, mas alguns parecem esquecer que foram alçados ao estrelato não apenas pelo talento e pelas oportunidades, mas também pelo apoio do público.

Recentemente, Debora Bloch foi abordada por um repórter na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro, onde acontecia o lançamento do livro do dramaturgo Aguinaldo Silva, e se recusou a dar entrevista sobre o autor. Ela pediu desculpas enquanto se esquivava do repórter e alegou que estava lá por acaso, que nem sabia do lançamento.

É possível. Mas há muitos anos, entrevistei Debora para um programa num clube de São Paulo e, ao ser abordada por fãs, ela também não os atendeu. Podem ter sido apenas dois eventos isolados, mas fiquei com a sensação de que a simpatia com o público não é seu forte.

O mesmo se diz de Antonio Fagundes, que já foi incluído numa lista dos artistas menos simpáticos em aeroportos, quando encontrado por fãs.

É verdade que tem fã que abusa, especialmente quando a pessoa está em um restaurante, comendo. É realmente difícil quando o famoso está em um jantar íntimo, às vezes mastigando, e a pessoa chega fazendo perguntas e pedindo pra fazer vídeo para a prima que mora longe.

Mesmo assim, tem gente que atende de bom grado, como o Fabio Porchat. E não falo isso porque ele é meu amigo. Fabio atende todo mundo, em qualquer ocasião. Ele jamais diz não para um fã que o aborda.

Quem também é totalmente disponível para o público é Sabrina Sato. Encontrei com ela há poucos dias, numa dessas salas VIP de aeroporto que os cartões de banco proporcionam. Sabrina estava com a mãe, dona Kika, e com a filha, Zoe. Fui cumprimentá-la enquanto ela conversava com várias fãs que a rodeavam.

Sabrina estava exausta. Tinha passado uma temporada no Japão, de lá foi para Portugal —e de Portugal tinha voltado para o Brasil, 24 horas antes. E já estava no aeroporto indo para Paris a trabalho.

Apesar dessa correria, ela teve tempo para falar comigo e atender todo mundo com simpatia. Ao sair da sala para embarcar, fez questão de se despedir de todas as fãs e desejar boa viagem a cada uma.

Impressionante o carisma e gentileza de Sabrina. Ela é uma das poucas artistas que não têm rejeição. Todo mundo gosta dela.

O mesmo posso dizer de Paulo Vieira, um dos artistas em maior ascensão. Paulo manda WhatsApp, responde mensagem, mesmo quando está superatarefado. Sempre conversa com pessoas nas redes sociais e se mostra disponível para quem tem coisas boas a compartilhar.

"Ah, mas você defende a Sabrina e o Paulo porque é amiga deles também."

Sou, sim, com muito prazer. Mas fica a pergunta: Fabio, Paulo, Sabrina são legais comigo porque são meus amigos ou são meus amigos porque eles são legais?

Tenho mais um exemplo. Já contei publicamente que, quando eu era repórter, viajei para entrevistar Elba Ramalho numa festa de São João. A produção agendou e disse que eu teria que esperar ela terminar o show para entrevistá-la. Fiquei horas esperando.

Eis que, já na madrugada, o show terminou. Me aprontei com a equipe para falar com ela. Nada. Ela não apareceu. Descobri que ela foi dormir, sem me atender. Desesperada porque eu não poderia voltar para São Paulo sem uma entrevista, fui socorrida por Ivete Sangalo, que se ofereceu para falar comigo ao me ver chorando.

Imagine, Ivete, essa rainha, se oferecer para me ajudar. Nunca mais esqueci e, desde esse dia, sou não apenas fã, mas defensora de Ivete. Foi um gesto que me conquistou para sempre, pela delicadeza, pela humanidade, pela generosidade sem fim.

Artista assim, que é gente boa, vai longe. Sabrina é uma diva e está no auge. Porchat não para de crescer, lota teatros e arrasa na TV. Paulo Vieira está alçando voos altíssimos na carreira. Ivete é uma estrela internacional. Quanto a Elba, não sei e não quero saber.

O que eu sei é que não basta ser famoso, tem que ser gente boa. Ser admirado é bom para o ego, mas ser amado é o que aquece o coração.

Rosana Hermann

Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo.

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