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Rosana Hermann

Herança de Gugu vira um triste 'Show do Bilhão'

Aparece agora mais um personagem nessa disputa

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Em todos os lugares, a frase se repete: a fortuna deixada pelo apresentador Gugu Liberato é de cerca de um bilhão de reais. São mil vezes um milhão. É muito dinheiro para qualquer cidadão comum. É tanto dinheiro que qualquer pequena porcentagem já vira uma fortuna, como no caso dos cinco sobrinhos de Gugu, que vão dividir R$ 250 milhões, ou seja, cada um vai receber como herança do tio o valor de cinquenta milhões de reais.

Valores tão altos mexem com as pessoas. Eu tenho certeza de que se você, leitor, recebesse cinquenta milhões de reais de herança, do dia para a noite, sua vida mudaria muito. Se você apenas pegasse esse valor recebido e colocasse numa poupança, no primeiro mês seu rendimento seria de R$ 370,2 mil .

No caso de Gugu, existem outros fatores além dos valores financeiros. Há questões muito mais complexas, que envolvem a imagem pública e privada do artista, a forma como a lei vê seus relacionamentos afetivos anteriores e a disputa entre os que estão e os que não estão no testamento que Gugu deixou. É difícil até opinar ou assumir lados, simplesmente porque não conhecemos nem a verdade nem os interesses de cada um dos envolvidos. A única certeza é que existe muita briga, disputa, ambição, mágoa, ganância e até oportunismo envolvido nessa história.

E, como se já não bastasse, quando as coisas caminhavam para uma solução jurídica, vem o "plot twist": na audiência que discutia a partilha da herança, os três filhos do apresentador, bem como a irmã de Gugu, foram notificados por um oficial de Justiça que um comerciante de 48 anos se diz filho legítimo de Gugu Liberato.

A primeira coisa que a gente pensa nessa hora é na matemática. Como assim, filho de 48 anos? E numa rápida conta, entendemos que esse suposto filho teria sido gerado por Gugu quando ele tinha 15 anos de idade.

Imagine o tamanho da confusão que isso causa, começando com os testes de DNA que os parentes terão que fazer. E, caso se recusem, o corpo do apresentador terá que ser exumado para a realização da confirmação ou não da paternidade.

Esse novo fato poderia invalidar até o testamento do artista, favorecendo Rose Miriam, que no momento estaria fora da partilha da herança por não ter tido seu relacionamento com Gugu reconhecido como "união estável".

E as perguntas que nos vêm à mente são muitas:

- se esse suposto filho nasceu em 1974, por que não buscou o reconhecimento da paternidade antes?

- por que esperou 48 anos para aparecer, só agora, na hora de dividir a herança?

- se Gugu não tivesse deixado nada, ele teria aparecido neste momento? Apenas para ser reconhecido como filho?

Não sei as respostas nem tenho como julgar. Relações humanas são muito complicadas.

Mas minha intuição me diz que deve ter alguma coisa relacionada ao montante de dinheiro.

Gugu morreu de forma muito inesperada, prematura, de uma forma difícil de aceitar, causando muita consternação em fãs de todo o Brasil. O que não imaginávamos é que, além da dor da perda, tantas desavenças e disputas viessem a emergir a partir de sua morte.

Gugu era inteligente, talentoso, divertido. Tinha sim, como todos os humanos, suas fraquezas, seus problemas, limitações e dificuldades. Mas, certamente, não merecia que sua ausência se transformasse nesse triste "Show do Bilhão", um jogo de interesses com perguntas tão complexas e respostas tão escondidas que não adianta nem pedir ajuda para os universitários.

Rosana Hermann

Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo.

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