Renato Kramer

Nova 'Escolinha do Professor Raimundo' tem humor sadio e inteligente

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O canal Viva trouxe uma nova "Escolinha do Professor Raimundo" para a televisão na última segunda-feira (22). E acertou em cheio.

Momentos antes da estreia, o Viva apresentou episódios da "Escolinha" original, comandada pelo multitalentoso Chico Anysio. Não sei vocês, mas sou fraco para enfrentar o nostálgico.

Me divertia com o talento de Chico (Raimundo), Walter D'Ávila (Baltazar da Rocha), Zezé Macedo (Dona Bela), Marcos Plonka (Samuel Blaustein), Brandão Filho (Sandoval Quaresma) e Rogério Cardoso (Rolando Lero) —entre outros, e de repente me dei conta de que esses grandes artistas que alegraram a minha juventude toda já não estavam mais aqui. Do riso desandei numa desamparada choradeira.

Crédito: Paulo Belote/Divulgação/Globo Gravação do remake da escolinha do professor Raimundo, Bruno Mazzeo (a esq) e Lucio Mauro Filho
Gravação do remake da escolinha do professor Raimundo, Bruno Mazzeo (a esq) e Lucio Mauro Filho

Mas o legado de alegria que eles deixaram se fez maior e voltei logo a me divertir como sempre, com suas caracterizações bem definidas, com o humor sadio e inteligente do grande Chico Anysio.
Na sequência a tão esperada estreia da nova "Escolinha", dentro dos mesmos moldes da antiga e resgatando os mesmos personagens.

Já de início foi comovente ver o filho de Chico Anysio, Bruno Mazzeo, no lugar do eterno Professor Raimundo: por segundos mágicos parecia que o próprio Chico estava ali novamente, remoçado, comandando a massa como só ele sabia fazer. E Mazzeo aprendeu direitinho.

Na sequência, um desfile dos velhos personagens repaginados e muito bem representados por um elenco escolhido a dedo. E assim revivemos o brilho de Dona Bela com a garra de Betty Gofman; a malandragem de Rolando Lero com a verve de Marcelo Adnet; a afetação sofisticada do Seu Peru com o jogo de cintura de Marcos Caruso; a sisudez de Baltazar da Rocha com a firmeza de Otávio Müller e até o charme e a graça de Zé Bonitinho, com o impecável Mateus Solano.

Não tinha cara de remake. Ganhou um frescor e um tom leve e respeitoso que remetia a uma grande homenagem.

E o time ainda conta com feras como Lúcio Mauro Filho (Aldemar Vigário), Rodrigo Sant'Anna (Batista), Kiko Mascarenhas (Galeão Cumbica), Marcius Melhem (Seu Boneco), Ellen Roche (Capitu), Fernanda de Freitas (Marina da Glória), Evandro Mesquita (Armando Volta), Maria Clara Gueiros (Cândida), Ângelo Antônio (Joselino Barbacena), Fernanda Souza (Tati), Fabiana Karla (Cacilda) e Dani Calabresa (Catifunda). Ufa! Elencão, em todos os sentidos.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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