Renato Kramer

Rafinha Bastos diz que teme perder a graça

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A apresentadora Fernanda Young recebeu o comediante Rafinha Bastos em seu programa 'Confissões do Apocalipse' (GNT). A visita, que aconteceu em julho, foi reprisada neste domingo (28).

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Entre outros assuntos, o 'medo' foi motivo de destaque na conversa. "Em que momento você chegou a sentir medo das opções que você fez? Teve um medinho? Teve um azedume nos quadris?", enfatizou Fernanda.

Rafinha foi estratégico em sua resposta: "o meu medo enquanto comediante é não ter graça. Esse é que é o meu medo!", declarou Rafinha. "E, às vezes, é inevitável que eu não tenha graça. Em vários momentos eu não tenho graça", afirmou o comediante.

Mas ainda não tinha terminado. O assunto 'graça' ou a falta dela ainda foi desenvolvido. "O comediante que não faz rir é um fracasso! E esse é o meu receio: que as pessoas passem a me considerar um cara sem graça sem sequer ouvir o que eu tenho pra dizer", argumentou o gaúcho. "E te confesso que tá acontecendo um pouquinho isso!", queixou-se o comediante suavemente.

"Adoro!", exclamou Young. "Conta! Por causa do 'Saturday Night Live' (Rede TV)?". "Não só isso", continua Rafinha. "Tem muita gente que adota a postura 'não vi e já odiei'! Isso me preocupa um pouco porque eu sei que eu tenho algo diferente pra mostrar", conclui.

"O meu medo é que a gente fique ainda mais 'bundão'!", continua o polêmico apresentador. "Porque é isso: você deixa de experimentar o novo pra ficar com aquilo que está acostumado, que você já entende", adverte Rafinha.


"Você ficou famoso com essa coisa de 'cara maldito', ponto. Ficou", solta Fernanda assim de supetão na cara do convidado. "Você acha isso?", pergunta Rafinha com a famigerada 'ironia branda'. "Eu acho, e é uma 'merda' isso, porque você é um bom rapaz!", conclui o raciocínio Young. "Muito obrigado!", agradece Rafinha.

"Então é contraditório! Mas confessa - e eu sei que você deve achar que 'confessar' é coisa de viado, mas quem é você? Eu não consegui te definir, e eu sou boa pra isso. Eu não sei quem você é!", insistiu a apresentadora. "Você não precisa saber, Fernanda. Ninguém precisa saber!", respondeu-lhe Rafinha sem alterar a voz.

"Rafinha, você confessa que é um pouco maluco?", pergunta Fernanda. "Eu confesso", responde objetivamente o comediante. "Em casa eu não sou diferente do que eu sou publicamente. Agora, o que eu faço questão de expor é o meu humor - eu sou um comediante. Esse humor é que pode me mostrar de uma maneira que as pessoas não esperam. A análise daquele que entende o humor como verdade pode ser muito distorcida. E é isso o que acontece um pouco comigo".

Sem mais nem porquê, a presentadora começa a fazer-lhe perguntas relativas a algumas medidas do seu corpo físico. Depois de enrolar um pouco, veio a questão clara e objetiva: "ele é grande?", perguntou Young. Rafinha, sem fazer-se de rogado e não demonstrando nenhum constrangimento: "o meu pau, se é grande?".

Segundos de pausa. "Olha, eu sou um cara de dois metros de altura... é uma questão de proporcionalidade", explica Rafinha. Fernanda, para encerrar o assunto, arrisca: "então ele é grande, resumindo!". "Eu não diria isso... eu sou um cara proporcional", argumentou civilizadamente o comediante. mas em seguida soltou: "você quer ver?!?".

"Agora que o mundo vai acabar em dezembro de 2012, você pretende de que forma chegar até lá?", quis saber Fernanda Young. "Olha, eu espero que o mundo não acabe pelo menos até o 'SNL' ter funcionado na televisão!", brinca o humorista.

"Para tal, vocês deveriam me contratar!", sugere a apresentadora sem nenhuma modéstia. "Pode ser, mas você é muito cara!", retruca Rafinha. "E se não der mais certo?" "Bem, eu já tenho o meu apartamento, tenho condições de cuidar da minha família..." "E você tem um bar gay!", acrescenta Fernanda. "Sim, tenho um café gay". Por quê?", questiona Young. "Porque dá dinheiro. Eu sou judeu, gay dá dinheiro, gay gosta de gastar...desculpa!"

"E os gays gostam de você?", insiste Fernanda. "Olha, eu nunca recebi nenhuma ofensa, mas acho que não gostam muito, não... porque quando eu vou no meu bar, ninguém vem falar muito comigo", confessa Rafinha.

Como encerramento, ambos pegam microfones e lascam um bom 'karaokê', cantando a boa e velha 'Menina Veneno' - sucesso do cantor Ritchie, nos anos 80. "Eu achava que essa música era pra mim!", confessa Fernanda Young.

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Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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