Globo é condenada a pagar R$ 20 mil a ex-diretora por brincadeira de Ana Maria Braga
Caso aconteceu no ano passado durante uma piada com Louro Mané, assistente da apresentadora; cabe recurso
A Globo foi condenada a pagar uma indenização de R$ 20 mil a uma ex-assistente de direção da emissora que teve seu nome e número de passaporte exibidos no programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga. Cabe recurso.
A assistente, que trabalhou na produção do programa entre 2015 e 2017, disse à Justiça que estava em viagem à França, em novembro do ano passado, quando recebeu um telefonema de um amigo contando que seus dados pessoais haviam sido exibidos no Mais Você.
Segundo o processo, durante o programa, a apresentadora disse que iria fazer uma viagem para Dubai acompanhada do personagem Louro Mané.
Por brincadeira, foi exibido um passaporte com a foto da mascote. O documento, no entanto, ainda que com alterações, levava o nome da assistente de direção e o número do seu passaporte.
"Sem seu conhecimento e, principalmente, consentimento, a autora do processo que trabalhou há sete anos no programa teve seus dados vazados em rede nacional", afirmou à Justiça o advogado Fábio Antunes, que defendeu a assistente.
A Globo se defendeu na ação afirmando que tudo não passou de uma brincadeira e que exibiu um passaporte aleatório, como ilustração, com praticamente todos os dados alterados. Citou que havia, inclusive, uma menção expressa ao fato de ser um "documento cenográfico". A emissora não comenta oficialmente a decisão judicial.
Disse também que era "praticamente impossível" a identificação dos dados reais na cena exibida, devido a uma aparição bastante rápida.
"A Globo repudia qualquer forma de vazamento de dados, mas não pode admitir que, um simples quadro de humor, onde foi veiculada uma brincadeira em que um "Louro" teria passaporte, documento este totalmente descaracterizado, proporcione tamanha repercussão negativa", afirmou no processo a empresa.
A Justiça condenou a Globo a pagar a indenização ressaltando que a assistente de direção foi alertada por uma terceira pessoa sobre a exibição de seus dados.
"Independente da intenção, não é preciso um raciocínio mais complexo para se chegar à conclusão de que o fato causou danos à imagem da autora do processo, que teve seus dados expostos a milhões de pessoas, sem sua autorização", afirmou na decisão o juiz André Bezerra, da 42ª Vara Cível de São Paulo.
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