Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

De faixa a coroa

Paulista é o novo Mister Brasil Trans e tunisiano refugiado vence 1ª edição mundial

Acan Simões, 21, e Matheus Jade Esseyah, 24, foram coroados em São Paulo

O candidato paulista Acan Simões, 21, representante de Itaquera-SP, venceu a segunda edição do Mister Brasil Trans
O paulista Acan Simões é o Mister Brasil Trans 2022 - @ursopretodafavela/ @casadoursocomunica
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

No início da madrugada desta quarta-feira (7), o candidato paulista Acan Simões, 21, representante de Itaquera-SP, venceu a segunda edição do Mister Brasil Trans. O modelo deixou para trás outros 27 candidatos, que se apresentaram no palco do Teatro Jaraguá Novotel, na região central de São Paulo.

"Eu quero agradecer em primeiro lugar esta oportunidade e a todos os participantes. É um momento muito importante, pois eu estou aqui representando toda uma comunidade", disse ele após receber faixa e coroa das mãos do modelo carioca Bernardo Rabello, 27, titular de 2021.

O paraibano Lorenzo Zimon ficou em segundo lugar, seguido pelo capixaba Nathan Meireles, em terceiro. Completaram o pódio de finalistas os misters São Paulo, João Daniel (quarto lugar), Rio Grande do Sul, Felipe Lascani (quinto) e Bahia, Rodrigo Alencar (sexto).

O tunisiano refugiado Matheus Jade Esseyah foi eleito como o primeiro Mister Trans International
Mister Trans International 2022 é da Tunísia: Matheus Jade Esseyah - @ursopretodafavela/ @casadoursocomunica

No mesmo evento, o tunisiano Matheus Jade Esseyah, 24, foi eleito como o primeiro Mister Trans International. Refugiado, ele veio para o Brasil pois na Tunísia a transexualidade é proibida e criminalizada. O concurso mundial, spin off do brasileiro, ainda está engatinhando e contou com apenas três candidatos – além de Esseyah, concorreram também um postulante do Brasil e outro da Colômbia.

Além dos títulos, entre outros prêmios Simões e Esseyah ganharam uma harmonização facial e uma mastectomia, presente de dois dos jurados.

O show começou com a apresentação dos candidatos e o desfile em traje de banho. Após todos entrarem em moda noite, foi feito o primeiro corte de 15 semifinalistas. Com microfone em mãos, cada um discursou sobre o tema "resistência trans". Na sequência, foram anunciados os misters vencedores regionais: Rondônia (Norte), Salvador-BA (Nordeste), Caxias do Sul-RS (Sul), Duque de Caxias-RJ (Sudeste) e Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste).

Passaram ainda pelo palco o cantor paraibano transmasculino Julian Santt, alguns influenciadores convidados e representantes de associações e entidades sem fins lucrativos, que acolhem pessoas trans em situação de vulnerabilidade social.

O espetáculo da final foi transmitido ao vivo pelo Youtube, nos canais Transtornada e Human Rights. A rede de hotéis Accor é patrocinadora do concurso e ficou responsável por hospedar os 28 misters em São Paulo.

EDIÇÃO 2023 CONFIRMADA

Segundo a organização, o novo Mister Brasil Trans precisa ser politizado e empoderado, uma vez que a competição se estrutura em pilares de representatividade. A proposta é quebrar paradigmas sobre a beleza considerada padrão e abrir um espaço de intervenção política sobre corpos transgêneros e referências de beleza.

"É um equívoco dizer que se trata apenas de beleza, quando se criam possibilidades políticas, culturais, esportivas, sociais e sensíveis", explica Esteban Rodrigues, cofundador e produtor executivo do Mister Brasil Trans. "Esse é o maior encontro de transmasculinidades do mundo, não apenas enquanto competição, mas construção de afetos, amizades, relacionamentos e empatia".

Rodrigues ainda revelou que, com o sucesso dos dois primeiros eventos, a terceira edição já está confirmada para 2023. "Quem entra no Mister Trans Brasil ou Internacional, nunca sai o mesmo. E por isso, principalmente, está confirmada a edição 2023. É fundamental acompanharem as redes sociais do concurso, pois em breve novas inscrições estarão abertas".

A nova edição do Mister Brasil Trans chega poucas semanas após a empresária tailandesa trans Anne Jakapong Jakrajutatip comprar o Miss Universo por US$ 20 milhões (R$ 106 milhões). Famosa na TV tailandesa e defensora dos direitos LGBTQIA+, Anne é a primeira mulher a assumir a direção do concurso.

Antes disso, em julho de 2018, Angela Ponce foi coroada como a representante da Espanha para o Miss Universo daquele ano. No caso do Brasil, o destaque mais recente é de agosto de 2021, quando a goiana Rayka Vieira ganhou os holofotes ao se tornar a primeira mulher trans a lutar por uma faixa verde e amarela, no Miss Brasil Mundo.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem