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De faixa a coroa
Descrição de chapéu LGBTQIA+

Mister Brasil Trans terá 2ª edição em São Paulo e ganha spin off mundial

Concurso que elege homem trans mais bonito do Brasil terá final no dia 6/12

Bernardo Rabello, o Mister Brasil Trans 2021 - Reprodução
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São Paulo

No início de dezembro, São Paulo sedia pela segunda vez consecutiva a disputa de Mister Brasil Trans. Este ano, um grupo de 28 candidatos disputa o posto ocupado hoje pelo modelo Bernardo Rabello, 27, que venceu em 2021 representando o Rio de Janeiro.

Na mesma data, também haverá a estreia de um concurso mundial, spin off do brasileiro, intitulado Mister Trans International. Ainda engatinhando, o evento inaugural terá além de misters brasileiros, postulantes da Colômbia e da Tunísia na disputa.

Segundo a organização, o novo Mister Brasil Trans precisa ser politizado e empoderado, uma vez que a competição se estrutura em pilares de representatividade. A proposta deles é quebrar paradigmas sobre a beleza considerada padrão, principalmente no mundo da moda, que é "sempre direcionada a pessoas cisgênero" (que se identificam com o gênero de nascimento).

"Sendo o primeiro concurso exclusivamente transmasculino do mundo, há uma necessidade fundamental de quebrar, principalmente, a ideia da passabilidade. Não estamos tentando nos 'passar' por homens, mas nos colocamos no mundo da maneira estética que nos permite maior conforto e afeto com nossos corpos. Nunca foi apenas sobre estética, mas sobre representatividade e representação de si e de outros como nós, que podem hoje ter uma referência, um motivo para insistir em si mesmo", diz Esteban Rodrigues, cofundador e produtor executivo do Mister Brasil Trans.

Ainda de acordo com o concurso, a ideia é abrir um espaço de intervenção política sobre corpos transgêneros e referências de beleza, além de procurar ter representatividade no mundo dos concursos de beleza.

A nova edição do Mister Brasil Trans chega poucas semanas após a empresária tailandesa trans Anne Jakapong Jakrajutatip comprar o Miss Universo por US$ 20 milhões (R$ 106 milhões). Famosa na TV tailandesa e defensora dos direitos LGBTQIA+, Anne é a primeira mulher a assumir a direção do concurso.

Antes disso, em julho de 2018, Angela Ponce foi coroada como a representante da Espanha para o Miss Universo daquele ano. No caso do Brasil, o destaque mais recente é de agosto de 2021, quando a goiana Rayka Vieira ganhou os holofotes ao se tornar a primeira mulher trans a lutar por uma faixa verde e amarela, no Miss Brasil Mundo.

PROVAS PRELIMINARES

Desde setembro, os 28 candidatos participam de etapas preliminares online, valendo pontos classificatórios. No presencial, os misters ainda vão performar em provas de passarela, postura, esporte, traje de gala e as tradicionais perguntas ao vivo na final. Nesses momentos, os principais quesitos avaliados pelos jurados serão as múltiplas identidades, culturas, políticas públicas e ações sociais de cada candidato.

A final do evento será no dia 6 de dezembro no palco do Teatro Jaraguá Novotel, que fica no hotel de mesmo nome da rede Accor, patrocinadora do evento. O ingresso para assistir pode ser adquirido mediante doação de 2 kg de alimento ou materiais de subsistência para a Casa Florescer 1 e a Casa João Nery, entidades sem fins lucrativos em São Paulo que acolhem pessoas trans em situação de vulnerabilidade social.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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