Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Zapping - Cristina Padiglione

Dadá Coelho leva vida de rica só na ficção de 'Dois Tempos'

Atriz também voltará a beijar Thiago Lacerda em 'Amor Perfeito', novela em que ele é filho de Paulo Betti, seu marido na vida real

Dadá Coelho, atriz
Dadá Coelho, atriz - Catarina Ribeiro/Divulgação
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Dadá Coelho experimenta como nunca os problemas da vida de rico na série "Dois Tempos", de Vera Egito, que acaba de estrear no Star+, o serviço de streaming da Disney para gente grande. Mas como a vida real é mais puxada e os boletos não param de chegar, ela se reveza entre os estúdios e as apresentações de seu stand up, "Cuscuz na Mão", espetáculo onde prepara um cuscuz enquanto fala e "lê a mão" das pessoas na plateia.

À espera da estreia de "Vovó Ninja", filme de Bruno Barreto em que contracena com Glória Pires, a atriz ensaia o seu retorno em "Amor Perfeito", novela das seis da Globo que lhe dá o benefício de beijar Thiago Lacerda.

"Eu vou quebrar a quarta parede", ela brinca, em relação ao termo pelo qual é conhecida uma suposta parede entre o palco e o público no teatro. Mirtes, funcionária de um cartório de Belo Horizonte com quem Gaspar (Lacerda) troca favores sexuais por documentos que lhe interessam, passaria brevemente pela história. Seu retorno foi uma surpresa para Dadá, que comemora a volta de Mirtes ao folhetim de Duca Rachid, Júlio Fischer e Eliseo Lopes Jr.

A parceria com Lacerda rendeu várias piadas para a apresentação do stand up em São Paulo no último dia 13, quando ela gravou nos Estúdios Globo, em Curicica, zona oeste do Rio de Janeiro, até o meio da tarde, e, em ritmo de gincana, pegou a ponte aérea para se apresentar na Pauliceia, chegando ao teatro pouco antes de entrar em cena.

"Cheguei esbaforida e me desculpando: 'Gente, eu tava transando com Thiago Lacerda, quase me atrasei. Foi beijo técnico? Foi, mas a gente sempre dá aquela beliscada, né? Esse homem poderia ser um sofá vendido na Marabrás'. O povo ria", ela lembra. "Acho que Mirtes vai voltar a pedido do Thiago Lacerda", brinca.

Pai de Gaspar na novela, Paulo Betti também brincou com a situação e fez até post dizendo que era "um corno feliz".

O humor pontua a relação dos dois, iniciada nove anos atrás. Bem neste 12 de maio, Dadá completa mais um ano de vida, com bons motivos para celebrar. Natural de Floriano, no Piauí, a moça driblou muito mais que uma infância difícil para rir de tudo, inclusive de si.

"A vida do rico é diferente", ela fala, quando nos apresenta Luíza, a mãe da influenciadora Paz (Sol Menezzes), que protagoniza a série "Dois Tempos", recém-lançada pelo Star+. No roteiro escrito e dirigido por Vera Egito, uma viagem no tempo promove a troca de lugares entre Sol e Cecilia, papel de Mari Oliveira, uma jovem de 1922, lésbica e oprimida por um casamento arranjado pelos pais.

"Luíza é mãe da influencer que vai ter que lidar com essa diferença", explica Dadá. "A Luíza não guarda almoço pra janta, é uma super executiva e o que a gente chamaria de 'mãe de Miss'. Ela largou a vida dela pra cuidar da vida da filha. 'Ainda que eu ande pelo vale da sombra dos cancelados, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo, assessor', repete ela. 'Os cancelados serão exaltados'."

"Ela tem um estafe", continua Dadá, "é muito controladora, tem uma energia realizadora, vende a mãe e não entrega. E tá sempre dando murro na realidade, quebrando padrões, porque não quer que o império dela caia, até porque ela já foi pobre. Tentei dar uma humanidade a ela. Ninguém é bom ou mal o tempo todo. O ser humano tem suas contradições. A menina não tem o pai. Então Luíza representa um pouco da mãe solo."

Luíza fica em 2022, não se desloca para um século antes junto com a filha. Dadá elogia o cuidado de Vera Egito e da produção com a direção de arte, e conta que teve dificuldade de sair do personagem: "O rico sofre diferente".

"A mãe tem uma dramédia [drama+comédia], mas a menina manda a real e quase funda o movimento antropofágico."

"O humor tem a função de corrigir costumes", observa, "quando a gente sabe rir de si". "Eu vivo zoando a mim mesma", fala. E lembra que se o riso antigamente encontrava lugar ao mirar oprimidos, como mulheres, negros, indígenas e gays, essa condição não cabe mais no mundo atual. "É preciso bater nessa tecla."

Além da novela, Dadá também se prepara para voltar ao set da série "Galera F.C.", boa produção de A Fábrica, para uma 2ª temporada da comédia. No dia 27, volta a São Paulo com o seu Cuscuz, dessa vez pelo palco do Beverly Comedy, no bairro de Moema, na zona Sul da cidade.

O público que se prepare para ter seu destino interpretado por ela com base na borra do cuscuz.

Essa Dadá é uma festa permanente.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem