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Zapping - Cristina Padiglione

Por que o BBB continua sendo um bom negócio para as marcas?

Estudo exclusivo obtido pela coluna mostra que programa atinge uma massa hoje inalcançável por um mesmo conteúdo

Amanda Meirelles, vencedora do BBB 23
Amanda Meirelles, vencedora do BBB 23 - Globoplay
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São Paulo

Muito se falou, inclusive nesta coluna, sobre a queda de audiência desta 23ª edição do BBB na TV linear, aquela vista em tempo real. Mas ainda que o programa tenha mais a contribuir para fazer esses números crescerem, e mesmo que já tenha rendido para a TV Globo quase três vezes mais gente nas primeiras temporadas, o público atingido pela atração segue sendo uma massa inalcançável hoje por outros meios.

É justamente em um universo que atualmente fragmenta a plateia diante de tantas telas diferentes que os números conquistados pela emissora somam ainda um saldo sem resultado similar para os efeitos pretendidos por anunciantes interessados em atingir muita gente.

Quanto uma marca gastaria para atingir 142 milhões de pessoas diante de um mesmo produto, de modo estável, ou 17 milhões de espiadas por minuto em cada episódio, sem falar nos impactos disso nas redes sociais e em todo o engajamento provocado pela atração? Certamente, mais do que R$ 80,2 milhões (preço de tabela, normalmente arrefecido por descontos de até 20%) da cota mais cara de patrocínio do programa.

É por isso que o reality show segue sendo um dos melhores negócios para anunciantes que procuram atingir um grande volume de pessoas, caso do Mercado Livre, que ocupou imediatamente a vaga abandonada pelas Americanas pouco antes da estreia, quando a empresa revelou uma "inconsistência" de R$ 20 bilhões no seu balanço.

Ainda que a mesma Globo tenha tido mais público diante do Jornal Nacional ou de "Travessia", neste ano, o poder de engajamento do BBB avança para outros territórios, outras janelas e um envolvimento muito maior do público com as marcas ali expostas.

Estudo exclusivo obtido pela coluna mostra que esta temporada, embora tenha tido a menor audiência na história do BBB, foi a 3ª maior em número de consumo de horas, com 395 mil horas assistidas. Vale lembrar que as temporadas ganharam a extensão de 100 dias desde a pandemia, em 2020, o que contribui para esta conta.

Na TV linear, a média total do BBB23 foi de 18,4 pontos no Painel Nacional de TV (PNT), que soma as 15 regiões metropolitanas de maior consumo do país. Ao longo de todos os episódios, a Globo foi sintonizada por 40,4% dos televisores ligados na região, onde cada ponto equivale neste ano a 717.088 telespectadores.

Os dados são da Kantar Ibope Media, que mensura a audiência de TV no Brasil, e superam o dobro da soma de todos os serviços de streaming e de conteúdos vistos pela TV no horário de exibição.

Segundo o estudo, 50 milhões da plateia pertenciam às classes A e B, e 31,9 milhões tinham de 15 a 29 anos, nicho difícil de ser arrastado atualmente para a frente da TV linear. O público entre 35 e 49 anos representou 34,5% dos espectadores.

O Google registrou 5,8 milhões de buscas, mais de 200 mil notícias citando o programa e 60 milhões de tuítes ao longo da temporada, ou desde a casa de vidro. São números ainda estratosféricos, por mais que estejamos mal acostumados a somas acima de 20 pontos de audiência.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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