Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Zapping - Cristina Padiglione

Tiago Leifert narra Copa no GloboPlay de olho na tecnologia de dados

À coluna, jornalista fala sobre avanço de recursos nas transmissões de futebol, sobre o tratamento da filha e as férias adiadas

Tiago Leifert em transmissão da Copa do Qatar
Tiago Leifert, apresentador e jornalista em cenário do GloboPlay para transmissão da Copa do Qatar - Divulgação
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Apesar da vantagem em contar com opções de transmissões da Copa do Mundo no streaming --tem Tiago Leifert no GloboPlay e Casimiro no YouTube--, o sinal da TV linear chega mais rápido que o wifi. Isso será uma praga para o espectador do streaming, que poderá ouvir o vizinho gritar gol e tocar sua vuvuzela antes que ele mesmo veja o lance na própria tela.

Mas Leifert diz que não se ocupa nem se preocupa com os inevitáveis spoilers dos colegas de Globo e SporTV, e aposta na oportunidade de tirar o melhor proveito do avanço tecnológico de dados promovido na transmissão do futebol, com muita conversa baseada em análises.

"A FIFA vai disponibilizar estatísticas e insights que nunca vimos antes, e preparei o time para conseguir traduzir esse futebol contemporâneo", diz ele em entrevista à coluna por e-mail. "A tecnologia permite um novo olhar sobre o futebol e o Globoplay vai fazer isso na Copa, antes de todo mundo", promete.

Após uma bem-sucedida trajetória de 15 anos de Globo, Leifert estava se despedindo da emissora há pouco mais de um ano para ensaiar um período sabático. O plano seria apresentar só mais uma temporada do The Voice e curtir um período de férias com a esposa, Daiana Garbin, e a pequena Lua, filha do casal.

O projeto, no entanto, foi interrompido por força de um tumor raro na herdeira, chamado como retinoblastoma, de modo que Leifert e Garbin passaram boa parte dos meses a seguir consumidos pelo tratamento de Lua.

A seguir, Leifert conta o que espera deste mundial e diz torcer por uma final entre Brasil e França no Qatar. A partir deste domingo, 20, ele narrará um jogo por dia do mundial, em tempo real (ou quase), via GloboPlay, acompanhado pelo técnico Lisca, o estatístico Thomaz Freitas e a comentarista de arbitragem Fernanda Colombo.

Importante: o sinal da transmissão estará aberto para não assinantes da plataforma e também será compartilhado no Sportv2. As duas primeiras partidas são Qatar x Equador, no domingo, e Estados Unidos x País de Gales, às 16h de segunda, 21.

Minha maior curiosidade sobre as transmissões da Copa no Globoplay é saber como driblar o delay que normalmente acomete a exibição pelo streaming. Como evitar que o espectador do streaming ouça o vizinho gritar gol antes que ele veja a cena na tela dele?

Tiago Leifert - Convidando o vizinho para o churrasco, ué! Essa parte operacional não é minha área, mas o que sei é que varia de app para app e também há formas de melhorar.

Que expectativas você tem desta Copa? Tem palpite para o jogo da final?
Leifert -
Essa Copa marca o fim de uma era, é provavelmente a última de Messi e Cristiano Ronaldo, e por isso, a última chance de eles vencerem o único torneio que falta aos dois. Essa é uma grande história. Do nosso lado, acho que chegamos muito bem, é o melhor time do Brasil desde 1982 –sei que essa opinião é impopular, mas é o que eu acho. Estou confiante que chegaremos na final, e queria muito pegar a França.

Você saiu da Globo para reduzir o ritmo de trabalho, mas logo após o período mais crítico do tratamento da Lua, foi retomando o expediente, com transmissões de futebol, narrações, comentários e entrevistas. Deu tempo de tirar férias?
Leifert -
Não deu. O tratamento da Lua não nos permitiu sair da cidade, e por isso eu e Daiana optamos por trabalhar um pouco mais do que a gente tinha inicialmente planejado. Foi importante para a nossa saúde mental, o tratamento é muito desgastante para toda a família, e ter algo para fazer e pensar além do tratamento foi bom para a gente.

Podemos dizer que você tem certa dificuldade em curtir o ócio?
Leifert -
(risos) Sim, preciso aprender. Mas quero, tá? Se tudo caminhar bem, ano que vem faço o que eu gostaria de ter feito neste ano.

A missão para esta Copa prevê só GloboPlay ou você poderá frequentar também os estúdios da TV? Não pinta uma saudade do Central da Copa?
Leifert -
O que eu mais amava na Central e no Globo Esporte era editar e escrever, e a Hora da Copa vai me permitir isso. A gente entra no ar uma hora antes do jogo, tem muito tempo para conteúdo. Aliás, a equipe que está comigo editando é quase toda da minha fase no Globo Esporte e Central da Copa, então estou muito em casa e feliz com isso. E o que vamos fazer no Globoplay é muito específico, ali é a plataforma correta.

O futebol evoluiu na linguagem, principalmente, e ainda acho que nós, da mídia, precisamos alcançar os caras. A FIFA vai disponibilizar estatísticas e insights que nunca vimos antes, e preparei o time para conseguir traduzir esse futebol contemporâneo, é por isso que temos o Thomaz com a gente, ele é analista de desempenho. Os clubes não vivem mais sem os analistas, e tenho certeza que as transmissões e programas também não viverão mais sem.

Lisca, Thomaz Freitas, Fernanda Colombo e Tiago Leifert
Tiago Leifert, Lisca, Thomaz Freitas e Fernanda Colombo no cenário de transmissão da Copa pelo GloboPlay - Divulgação

A FIFA vai produzir sozinha dez vezes mais dados do que tinha produzido em 2018, isso é muito significativo. A tecnologia permite um novo olhar sobre o futebol e o Globoplay vai fazer isso na Copa, antes de todo mundo. Estamos preparados para dar essa nova leitura, acho que as pessoas vão gostar.

Tem visto Fátima Bernardes no The Voice?
Leifert -
Ainda não vi, estou totalmente preocupado com a Copa.

Viu Tadeu no BBB? O que você diria ao Tadeu e à Fátima, como alguém que encarou as funções que eles têm hoje?
Leifert -
Vi pouco, a Lua acorda muito cedo! Vi alguns programas no começo e boa parte da final. Ah e quem sou eu para dizer algo a eles, eles não precisam de nada. São mais experientes do que eu.

Tem saudade de alguma das tarefas que você desempenhou ('BBB', 'Voice' ou Globo Esporte)?
Leifert -
Lido bem com meus caminhos. Acabou, acabou. Sinto saudade das pessoas. Quando eu puder, vou ao Rio visitar os times. Queria muito ir numa terça-feira de eliminação no BBB só para curtir. Ficar na plateia mesmo. E também assistir a um The Voice na plateia.

Tem planos para depois da Copa? Férias? Trabalho?
Leifert -
Pretendo ficar parado pelo menos até março. Me deseja sorte (risos). Ano que vem quero fazer menos coisas, vamos ver se eu consigo.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem