Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Zapping - Cristina Padiglione

Bonner confronta Bolsonaro no JN com sorriso no rosto

Âncora reagiu com ironia ao ser acusado de cometer fake news; audiência cresceu mais de 20%

O jornalista William Bonner
William Bonner reage com sorriso a acusação de cometer fake news por Jair Bolsonaro em sabatina no Jornal Nacional - Reprodução Globo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Apenas as gravatas, de cores neutras --uma em tom azul e outra embalada pelo verde prússia-- davam ao presidente Jair Bolsonaro e ao jornalista William Bonner algo em comum no enquadramento da sabatina que inaugurou as entrevistas com presidenciáveis no Jornal Nacional, rumo às eleições deste ano.

Cioso de uma serenidade que deveria se manter acima de qualquer provocação, Bonner sorriu e se permitiu congelar nesse modo por um segundo ao contestar o candidato já na primeira resposta de Bolsonaro, quando este o acusou de cometer "fake news".

A acusação veio quando Bolsonaro foi questionado sobre as ameaças e xingamentos que já fez ocasiões a ministros do STF. Bolsonaro então negou que tenha xingado e acusou Bonner de mentir. "Em nome da verdade, candidato", disse Bonner, para então estampar o sorriso acima e completar: "o senhor xingou ministro do Supremo de canalha".

Outro momento em que o sabatinado tentou dizer que não fez o que fez veio quando Renata Vasconcellos mencionou frases e reações suas durante os dias mais críticos da pandemia, debochando de pessoas com falta de ar. "Eu nunca fiz isso", disse o candidato à reeleição, ignorando a força do vídeo em que aparecia praticando tal performance.

Apesar do evidente preparo de Bonner e de Renata para a missão de não perder a paciência diante de alguém que não se permitiu ser confrontado por jornalistas ao longo de quase quatro anos à frente do maior cargo público do país, ambos tiveram de interromper o entrevistado em vários momentos, a fim de estancar um discurso conduzido por informações confusas ou erradas.

Mas o par foi competente na condução do embate. Não ergueu a voz e não gaguejou, nem quando o sabatinado acusou Bonner de tentar transformá-lo em um "ditador", pelo fato de contestar sua proximidade com o mesmo Centrão que ele criticava na campanha de 2018.

Bonner e Renata foram poupados de apresentar a edição completa do noticiário, que ficou a cargo de Hélter Duarte e Ana Paula Araújo.

AUDIÊNCIA

A audiência respondeu com cerca de 25% de crescimento na Grande São Paulo, região que concentra o maior número de consumidores do país. Segundo dados preliminares mensurados pela Kantar Ibope Media, os índices oscilaram de 30 a 34 pontos durante a sabatina, obtendo média de 32 pontos durante o período da entrevista.

Na segunda-feira anterior (15/08) , a média total da edição do JN foi de 26,6 pontos.

Cada ponto corresponde este ano a 205.755 telespectadores na região.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem