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Zapping - Cristina Padiglione
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Jornalismo lidera interesse do brasileiro por TV

Busca por informação supera reality shows e novelas, aponta estudo sobre audiência

Cecilia Flash e Tiago Eltz no programa Central da Guerra, na GloboNews - Globo
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A procura por informação já havia sido detectada como ponto forte da TV no auge da pandemia da Covid-19, mas o arrefecimento da doença não derrubou o jornalismo do pódio de assuntos que mais motivam o brasileiro a ver TV em tempo real.

Ao longo de todo o ano de 2021, o interesse por notícia foi o fator que mais atraiu gente para a frente da TV no Brasil, abocanhando uma fatia de 25% do público. O dado faz parte do estudo Inside Video 2022, divulgado na manhã desta quarta (18) ao mercado publicitário pela Kantar Ibope Media.

O jornalismo, no entanto, ocupa apenas 9% das grades de programação, somando canais pagos e abertos. Nos cálculos do instituto Kantar Ibope Media, que mensura a audiência de TV no Brasil e em vários outros países, essa relação resulta em um nível de alta intensidade de consumo, avaliada em 276. Segundo o instituto, qualquer número dessa conta que seja superior a 100 representa uma relação de êxito entre conteúdo e consumidor.

Além de balizar dados do ano todo, a Kantar Ibope Media avaliou também a performance da TV no dia 24 de fevereiro deste ano, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Canais de notícia avaliados (GloboNews, Record News, CNN Brasil e Band News) tiveram, na soma, 66% a mais de audiência nesta data.

NOVELA, PAIXÃO NACIONAL

Em segundo lugar na preferência do público ligado na TV linear está a telenovela, produto que consome 18% do tempo dos telespectadores diante da tela. O levantamento, é bom lembrar, corresponde ao ano de 2021, quase todo ocupado por reprises no principal horário de novelas --a faixa das 21h30 na Globo. No momento, por exemplo "Pantanal" tem resgatado uma plateia que havia se desconectado da emissora nesse horário.

Embora boa parte das grades de Globo, Record e SBT seja composta por novelas, a Kantar Ibope Media calcula em apenas 1% o total de espaço dedicado ao gênero, o que pode representar uma distorção, já que a conta inclui todos os canais pagos e só há um deles dedicado ao melodrama, no caso, o Viva. Assim, a produção da telenovela aparece em meio a um mar de outros conteúdos, mas é a espinha dorsal dos três canais de maior audiência da TV.

NA TRILHA DOS REALITY SHOWS

Já os reality shows, que agora ocupam Globo, Record e SBT pelo ano todo, além de marcarem presença na Band em boa parte do ano, consomem, segundo a pesquisa da Kantar Ibope Media, apenas 4% do tempo do consumidor de TV linear. E apesar de parecer que temos um arsenal de realities na tela, os canais dedicam, em média, só 1% de suas grades ao gênero, na soma de emissoras abertas e pagas.

Já os programas de auditório, cardápio servido pela TV aberta, consumiram 9% da atenção do espectador em 2021, embora os canais dediquem apenas 3% da programação ao gênero.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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