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Zapping - Cristina Padiglione

TV acumulou frustrações no ano que termina

Planos desfeitos foram bem além da conta que caberia só à pandemia

Lurdes e Danilo (Domênico) se reencontram e ela revela verdade ao filho
Lurdes (Regina Casé) e Danilo/Domênico (Chay Suede) se reencontram naquela que foi uma das mais aguardadas cenas do ano - João Cotta/ Globo
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São Paulo

Quando começou, há quase 365 dias, o ano que agora se vai guardava muitos planos que a pandemia continuou a atropelar. Vamos elencar abaixo um punhado de situações que frustraram os votos de Feliz Ano Novo para 2021, nem todos por culpa da pandemia, na esperança de encontrarmos metas mais palpáveis para o calendário que logo mais se inicia.

  • Novelas voltaram a ser gravadas, mas sob mil protocolos de segurança, com o uso de placas de acrílicos que, apagadas na ilha de edição, permitiam que um ator chegasse próximo ao outro. Os beijos foram realizados sob condições de testagem e restrições de circulação em estúdios, confinamento em hotéis, etc.
  • Para evitar novas pausas, a Globo passou a gravar novelas inteiras antes de retomar suas cenas inéditas, e descobrimos então os péssimos efeitos da novela como obra fechada, que não dá margem para correções e ajustes necessários.
  • Personagens que antes se abraçavam em cenas de despedida passaram a dar tchau de longe. Selinhos sem finalidade de enredo foram economizados.
  • A Globo chegou até a cogitar exibir "Pantanal" neste ano, aproximando o remake da efeméride de 30 anos da novela original, mas um novo período de chuvas, juntamente com a pandemia, tornou todo o expediente mais complicado e o enredo agora está sendo gravado para 2022.

    O Domingão da Globo deveria ser de Faustão até dezembro corrente, mas o vazamento de sua ida para a Band azedou as relações internas e acelerou a chegada de Luciano Huck ao horário, aos trancos e barrancos, juntando parte do que ele trouxe do Caldeirão com parte do que restou do Faustão.

  • A Fazenda da Record era para ter sido comandada por Marcos Mion pela última vez, mas o contrato também foi desfeito no início do ano e, que sorte a nossa, tivemos uma boa troca nas tardes de sábado da Globo. E esse foi o maior ganho da TV aberta no ano que termina.
  • Tiago Leifert apertou o botão da casa para deixar a Globo, mas bem que planejava uma despedida bacana em seu último The Voice Brasil, sendo também surpreendido por questões pessoais que o afastaram das câmeras.
  • Todo mundo mudou de lugar em 2021, passando por Faustão, Luciano Huck, Marcos Mion, Tiago Leifert, Tadeu Schmidt e até Silvio Santos, que tentou voltar ao seu posto, mas retornou ao confinamento doméstico após ser pego pela Covid.
  • A dança de cadeiras trouxe Adriane Galisteu de volta à TV.
  • Ainda no início do agitado ano, perdemos Paola Carosella no time do Masterchef.
  • A Jovem Pan lançou sua TV, tendo começado o ano com uma perspectiva de canal aberto, o que depois de realizou na TV fechada, assumindo a linha editorial pró-Bolsonaro e dando espaço ao negacionismo de Alexandre Garcia, dispensado da CNN Brasil pelo mesmo motivo.
  • Lázaro Ramos, Grazi Massafera, Ingrid Guimarães, Alberto Gaspar, Ari Peixoto, Patrícia Pillar, Camila Pitanga, Reynaldo Gianecchini, Letícia Spiller e Marcos Uchôa engrossam a lista de artistas que deixaram a Globo neste ano.

    Dois eventos tornam 2022 mais concretos para a produção de conteúdo: Copa do Mundo e eleições presidenciais, para governos estaduais e Congresso. Na ficção, Globo, Record e SBT produzem suas novelas com prazo para evitar novas pausas, se assim a crise sanitária permitir. Nos streamings, Disney, Netflix, GloboPlay, HBO e Amazon Prime engatam novas produções no Brasil. Não vão faltar motivos para ficar em casa, mas tomara que isso seja só uma opção, não mais uma necessidade.


  • Que venham as cenas inéditas de 2022.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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